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BID deve liberar U$ 1 bi ao Brasil em novembro
Do Diário do Grande ABC
17/10/1999 | 17:33
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O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) deve liberar para o Brasil até o próximo dia 15 de novembro US$ 1 bilhao, parte da terceira e última parcela do empréstimo total de US$ 4,5 bilhoes que está concedendo ao país dentro do acordo emergencial firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outros organismos internacionais assinados no final do ano passado. A última parcela do empréstimo deve ser aprovada terça-feira no Senado Federal e equivale a US$ 2,2 bilhoes, que deverao ser aplicados nas áreas sociais.

Uma missao do BID chefiada pelo economista Alvaro Cubullos está no país há uma semana para fazer os últimos acertos para a liberaçao do empréstimo e estudar como ficarao as outras linhas de crédito concedidas pela instituiçao ao Brasil fora do acordo com o FMI. Essas poderao ser adiadas em grande parte, já que o BID já teria comprometido US$ 4,5 bilhoes dos US$ 10 bilhoes que pode usar em financiamentos a cada ano. O contrato deve ser assinado na sede do BID, em Washington, pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestao, Martus Tavares, no próximo dia 5 de novembro.

Há alguns meses, o governo estava estudando a possibilidade de nao utilizar a linha de crédito de US$ 2,2 bilhoes para retomar as antigas linhas que o banco oferece ao país a preços mais camaradas. No entanto, usar essa parte do dinheiro que a instituiçao está deixando disponível para o país sai mais barato do que captar dinheiro lá fora. Na emissao de títulos da dívida externa do governo no mercado internacional na sexta-feira, o governo teve pagar uma taxa anual de 14,85%, enquanto para ficar com o dinheiro do BID, a taxa está em Libor (6%), mais 4%, ou seja, 10% ao ano.

Até agora, o Brasil recebeu US$ 19 bilhoes referentes às duas primeiras parcelas dos recursos liberados pelo FMI e pelo Banco de Compensaçoes Internacionais (BIS), o banco central dos bancos centrais. Do BID, entraram no país apenas parte da primeira linha aprovada pelo banco de US$ 1,1 bilhao para pequenas e médias empresas, além de uma parcela dos outros US$ 1,2 bilhao também para empresas desse porte. Já o Banco Mundial liberou US$ 1bilhao dos US$ 4,5 bilhoes que deve desembolsar até o primeiro trimestre do ano 2000.

Os recursos que devem ser desembolsados em menos de um mês só poderao ser usados porque o governo brasileiro tem cumprido as metas sociais estipuladas com o BID, de acordo com a própria instituiçao. Essa foi uma das condiçoes impostas ao país no final do ano. As metas sao avaliadas por representantes do banco a cada trimestre.

A previsao de desembolso do BID para o Brasil em caráter emergencial US$ 4,5 bilhoes deve adiar várias linhas do banco que já vinham sendo contratadas, porque esse dinheiro já compromete cerca de 45% dos recursos que o BID tem disponíveis para emprestar no mercado internacional. Para diminuir as linhas de crédito para o Brasil este ano, o BID poderia cancelar parte dos 42 projetos brasileiros em tramitaçao na diretoria do banco que totalizam a liberaçao de US$ 5,5 bilhoes em três anos. Entre os programas está uma linha de crédito voltada para o ensino médio no valor de US$ 500 milhoes, já que uma das parcelas do empréstimo do banco ligado ao FMI prevê projetos na área social.




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