Pela segunda vez seguida, nenhuma cidade obteve certificação de eficiência da gestão na área
Pelo segundo ano consecutivo, as cidades do Grande ABC apresentaram desempenho pífio em relação às práticas ambientais e não foram contempladas com certificação do Programa Município VerdeAzul, do governo do Estado, divulgada ontem.
Lançada em 2007, a iniciativa tem o propósito de medir e apoiar a eficiência da gestão ambiental dos municípios. As prefeituras que recebem nota superior a 80 – em escala que vai de zero a 100 – garantem prioridade na captação de recursos do Fecop (Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição). Dos 48 municípios certificados, Novo Horizonte, no Interior, foi o primeiro colocado pelo terceiro ano consecutivo, com nota 97,45.
Dez diretrizes são avaliadas: esgoto tratado, resíduos sólidos, biodiversidade, arborização urbana, educação ambiental, cidade sustentável, gestão das águas, qualidade do ar, estrutura ambiental e conselho ambiental.
Dois municípios conseguiram piorar o desempenho insatisfatório do ano passado: Ribeirão Pires, que ocupava o 134º lugar, com nota 64,99, caiu para a 273ª posição (28,58 pontos), e Santo André, a única cidade da região que recebeu a certificação em 2015, deixou a 81ª posição alcançada no ano passado (79,5), caindo para a 470º (8,55).
Em contrapartida, São Caetano, que estava na 520ª colocação (8,51) subiu para a 411ª (9,94). Mauá, do 560º lugar (5,82) elevou para o 475º (nota 8,43), e Diadema também registrou leve acréscimo no ranking, do 558º lugar (6,47) para o 478º (8,37). Já Rio Grande da Serra alçou da 575ª colocação (3,75) para a 505ª (7,66).
São Bernardo, que havia se desligado da ação em 2014 “por não concordar” que o Estado atribuísse notas às políticas do município, voltou ao programa e ficou na 564ª colocação (nota 6,29).
Para o professor do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Metodista Carlos Henrique Andrade de Oliveira, a situação demonstra que a questão ambiental ainda não se tornou política pública. “As cidades precisam ter ação mais coordenada, inclusive regionalmente, com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, de iniciativas que mudem a situação ruim que a gente tem em termos de qualidade ambiental e dos serviços públicos.”
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