Candidato a prefeito de Diadema pelo PV, Lauro Michels garantiu que ficou no passado a briga que teve com o ex-deputado e vereador eleito José Augusto da Silva Ramos (PSDB) em 2010, quando o tucano tentou renovar mandato na Assembleia Legislativa, mas não recebeu apoio do verde. Na quinta-feira, os dois selaram acordo para o segundo turno na eleição ao Paço diademense. "Diferentemente do que falam, o que aconteceu há dois anos nos uniu ainda mais."

Dois anos atrás, Michels decidiu inclinar apoio a Orlando Morando (PSDB) na eleição para deputado. À época ele estava no PSDB e optou por não caminhar ao lado de José Augusto a despeito da orientação da direção do tucanato municipal. Além dele, o vereador Márcio da Farmácia (ex-PSDB, atual PV) também engrossou coro por Morando. José Augusto conquistou 51.952 votos (31.817 adesões em Diadema), não conseguiu se eleger e culpou a dupla pelo insucesso.

Na quinta-feira, durante a solenidade oficial da aliança antiPT, o ex-deputado relembrou o caso em seu discurso. Disse, minutos depois, que a briga que tiveram no passado "era pequena perto do projeto de mudança que tinham para Diadema". "O Zé Augusto reconheceu que Diadema precisa de mudança, eu também reconheço isso. O Zé representa mudança, assim como eu e a Maridite (Cristóvão de Oliveira, PSDB, terceira colocada no primeiro turno)", afirmou Michels.

O prefeiturável do PV também alfinetou o prefeito Mário Reali (PT), que concorre à reeleição. O petista minimizou o grupo oposicionista formalizado, ressaltando a ampla maioria governista na bancada da Câmara para a próxima legislatura. "Ele (Reali) estava louco para ver o Zé Augusto e Maridite ao lado dele. Fez até convite no jornal. Ele mente agora se desvaloriza os dois."

BLINDAGEM

A coordenação da campanha verde acredita que, com o apoio de José Augusto e Maridite, o discurso petista de crítica à falta de experiência administrativa de Michels não vai emplacar.

Além disso, já projetam material do candidato do PV com a tucana, que quando foi vereadora criou a Lei Seca, que determina o fechamento de bares às 23h. A legislação, implementada dez anos atrás, foi uma das responsáveis pela queda dos índices de violência na cidade.