Por causa da alta nas vendas e da maior competição do mercado no mês passado, o consumidor desfrutou das menores taxas de juros desde 1995. O índice médio caiu de 7,23% para 7,18% ao mês – 129,81% ao ano –, redução de 0,5% contra novembro, segundo estudo divulgado nesta terça-feira pela Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Economia e Contabilidade).

O bom desempenho da economia no ano passado e o cenário positivo do crédito estimularam a queda no mês, como explicou o vice-presidente da entidade, Miguel de Oliveira. “Foi um bom momento econômico, com o crédito crescendo. O ambiente positivo reflete na maior concorrência entre os bancos”, explicou. O volume de crédito disponível no mercado cresceu cerca de 26% no ano passado, o equivalente a 34% do PIB (Produto Interno Bruto).

Previsão de queda - O cenário em relação às taxas de juros, entretanto, não deve continuar tão otimista para este ano. Pesquisa divulgada pelo Procon-SP revela que, no início de janeiro, já houve alta nos índices cobrados pelas instituições financeiras para o empréstimo pessoal. O aumento foi de 0,09 ponto percentual, de 5,27% em dezembro para 5,36%. A elevação foi puxada por três dos dez bancos pesquisados.

“Não é momento para preocupações por enquanto. As altas podem ter sido pontuais dos bancos. A avaliação sofre mudanças se o cenário se repetir nos próximos meses”, explicou a diretora de estudos e pesquisas do Procon, Valéria Rodrigues Garcia.

Dois fatores internos anunciados pelo governo podem colaborar para a interrupção da queda dos juros ao consumidor este ano: o aumento da alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) das instituições financeiras de 9% para 15% e o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em 0,38%.

O cenário, somado à crise econômica do mercado norte-americano e a alta da inflação nacional além do esperado, fez Oliveira inverter, inclusive, suas projeções sobre as taxas de juros para 2008, que eram de queda gradual. “Poderá ocorrer aumento.”