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INSS empurra operário doente para o trabalho
Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
10/03/2008 | 07:07
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Foi um acidente de trabalho que, em 2004, afastou o operário de Santo André, Márcio da Silva Pereira, 28 anos, do posto de trabalho que ocupava na Bridgestone Firestone. O fato o incluiu na lista dos beneficiários com direito a receber o auxílio-doença acidentário pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Depois de duas cirurgias no punho e um atestado de reabilitação, ele recebeu alta do órgão no último mês, mas não pode retornar à sua atividade.

“Eu recebi alta com limitações. Não posso voltar a fazer exatamente o que fazia. Deveria ser realocado em outra função, mas o departamento de RH (Recursos Humanos) alega que não tem onde me encaixar”, reclama.

CULPA

Pereira garante que apesar do atestado de reabilitação pelo INSS não foi submetido à cursos ou exames. No entanto, de acordo com o Instituto, o motivo do afastamento dele na Bridgestone Firestone foi um acidente. Neste caso, o funcionário tem direito a estabilidade de 12 meses no trabalho. “A questão é que não posso ficar esperando. É um jogo de empurra-empurra e quero voltar a trabalhar.”

A Brigestone Firestone alega que a falha é o INSS que “não tem mais mantido profissionais afastados pelo tempo adequado, devolvendo-os às empresas embora eles ainda não apresentem condições físicas para retornarem ao trabalho regular”. A empresa disse ainda que honra todas as obrigações com o INSS, principalmente o recolhimento mensal de 28% sobre a folha de pagamento de cada um de seus empregados.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Borracha, que defende a categoria, também alega que cada vez mais o INSS abandona os beneficiários, transferindo a responsabilidade para as empresas. “Não há muita coisa que o Sindicato pode fazer. O médico do trabalho de uma empresa não seria louco em colocar um cara doente para trabalhar em áreas pesadas. Aí, a empresa encaminha novamente o funcionário para o Instituto”, explica o diretor da subsede do Sindicato em Santo André, Daniel Damétrio.




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