Quatro pessoas morreram e outras 30 ficaram feridas na explosão de um carro-bomba em Srinagar, capital da Caxemira indiana, nesta quarta-feira, segundo informaram fontes policiais.

"Um carro-bomba causou uma importante explosão. Quatro pessoas foram mortas e outras 30 ficaram feridas", declarou para a AFP um responsável que pediu anonimato, atribuindo o atentado a possíveis rebeldes islâmicos.

A explosão aconteceu em um cruzamento próximo à sede do Banco da Caxemira e de um dos pontos turísticos mais freqüentados da região, o lago Dal, na parte indiana do estado localizado no Himalaia.

Um ex-ministro do Governo da Caxemira indiana, Usman Majid, ficou ferido no atentado, afirmou o responsável policial, dizendo que a autoridade possivelmente seria o alvo do carro-bomba.

"Encontramos também outro carro-bomba, que acreditamos estar preparado para explodir perto de onde ocorreu o atentado", acrescentou a mesma fonte. Ambulâncias se deslocaram para o local e alguns feridos permaneceram no chão à espera de ajuda. Muitas pessoas gritavam por socorro e algumas choravam. Os feridos foram levados para o principal hospital de Srinagar principalmente em carros e ônibus. As pessoas se amontoaram no local à procura de possíveis parentes feridos.

Algumas mulheres no hospital batiam no peito e puxavam os cabeços em um tradicional rito de tristeza.

A violência aumentou recentemente na Caxemira, onde a insurreição separatista da parte indiana provocou 44 mil mortos desde 1989.

Na terça-feira, duas pessoas morreram e outras 60 ficaram feridas em um ataque realizado na localidade de Tangmang, no distrito de Baramulla, a 40 quilômetros ao norte de Srinagar.

O Exército indiano e os separatistas islâmicos protagonizaram também um enfrentamento no último fim de semana que deixou cinco mortos, entre eles dois soldados, em Srinagar.

No dia 2 de novembro, cinco pessoas morreram em um ataque suicida com carro-bomba durante uma patrulha em estradas do subúrbio de Srinagar.

Este atentado foi reivindicado por Jaish-e-Mohammed, um dos inúmeros grupos armados da guerrilha islâmica radical que luta pela reunificação das partes indiana e paquistanesa da Caxemira e por sua anexação ao Paquistão.

A Índia acusa o Paquistão de apoiar a insurreição separatista na Caxemira, território do Himalaia de maioria muçulmana, dividido em 1947 entre ambos os países rivais que reivindicam a soberania do lugar.

No mês de outubro, na véspera da maior festa Hindu do ano, militantes lançaram uma onda de ataques com bombas que provocaram a morte de 62 pessoas em Nova Délhi - capital da Índia. Na semana passada, a Polícia indiana prendeu um suspeito do grupo do militante islâmico, baseado no Paquistão, Lashkar-e-Taiba, a quem os agentes atribuem a autoria dos últimos atentados de Nova Délhi.