Setecidades Titulo Ribeirão Pires
Impasse preocupa famílias que carecem de transporte para filhos com deficiência

Empresa que mantinha convênio com a Prefeitura interrompeu serviço após dívida

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
15/08/2017 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


 Imbróglio entre a Prefeitura de Ribeirão Pires e empresa que realiza transporte de pessoas com deficiência para tratamento na Apraespi (Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência), no Hospital Dia e Copar (Centro Ocupacional e Profissionalizante Adélia Redivo), preocupa famílias que dependem do serviço. Desde ontem, a Torres Transportes, Turismo e Locação, que mantinha convênio com a administração municipal, não realiza mais a atividade, sob justificativa de que o Executivo tem débitos com a companhia. Contratada desde agosto de 2014, a empresa atendia a 250 pessoas.

A Prefeitura confirma a dívida, no valor de R$ 560.197,69, referente, segundo o Paço, aos meses de agosto a dezembro de 2016. “São restos a pagar para os quais não foram deixados em caixa recursos financeiros para pagamento”, declarou, em nota. Em reportagem publicada pelo Diário, no sábado, um dos proprietários da empresa, Renato Torres, afirmou que a atual gestão não pagou os boletos de junho e de julho. O valor do contrato é de R$ 110 mil mensais, mas é variável, “já que a contratação é feita por número de alunos”, explicou a Prefeitura.

Até que seja efetivada outra contratação emergencial, a administração afirmou que dará “continuidade ao transporte utilizando frota própria – com o remanejamento temporário de veículos municipais para a referida atividade”.

No entanto, o transporte não contemplou ontem todas as pessoas atendidas, como o caso da promotora de eventos Rosana Aparecida Silva Freire, 56 anos. A filha dela, Viviane, 28, tem paralisia cerebral diplégica e é atendida diariamente na unidade de Cuidados Dia da Apraespi. “O transporte não passou hoje (ontem), e como não tenho carro nem condições de pagar uma van para levá-la e trazê-la, ela ficou sem ir”, disse.

Na residência da dona de casa Andreia Rodrigues Vaz, 37, o transporte temporário disponibilizado pela Prefeitura também não passou. “Ninguém entrou em contato comigo”, falou ela, cujo filho de 20 anos tem deficiências visual e mental, e estuda na Apraespi.

Mãe de um rapaz de 25 anos que possui traumatismo cranioencefálico leve, Gislaine da Silva Sampaio, 46, relatou que precisou ligar ontem à Prefeitura para saber como ficaria a situação, pois nenhum transporte foi até a casa dela. “Falaram que passarão amanhã (hoje).”

Diferentemente da situação da manicure Fabiana Silva Pereira, 35, cujo transporte da Prefeitura foi até a casa dela para buscar o filho, que possui atraso mental e deficit de atenção. “Falaram que a van utilizada é emergencial. Meu filho foi para a Apraespi, mas estou apreensiva, pois como a Prefeitura não paga quem está com ela há muitos anos, quem garante que vai pagar quem entrar e não vai deixar nossos filhos na mão?”, questionou.

 




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