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São Paulo tem maratona Alfred Hitchcock
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
10/05/2003 | 13:16
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O mestre do suspense ganha no MAM (Museu de Arte Moderna) de São Paulo e na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), a partir deste domingo, a mostra Cinemam Hitchcock. São 22 filmes do cineasta inglês Alfred Hitchcock em exibição, com entrada franca, até 6 de julho no formato DVD.

A mostra tem como mote levar o maior número possível de pessoas que não têm contato com a obra de Hitchcock ao Auditório Lina Bo Bardi, no MAM (200 lugares), e ao Auditório da Biblioteca Nadir Kfouri, na PUC-SP (40 lugares). “Fazemos o Cinemam com entrada franca e exibimos grandes cineastas com vistas à formação de público”, afirma Lia Assumpção, produtora do evento.

A mostra é realizada em parceria com a Continental e a Universal, que recentemente lançaram em DVD os títulos que serão exibidos na programação. Esse, por sinal, foi o primeiro critério utilizado na seleção dos longas-metragens, tanto os da fase inglesa do cineasta quanto os da norte-americana.

Alfred Joseph Hitchcock nasceu em 13 de agosto de 1899, em Londres, e morreu em 28 de abril de 1980, de complicações hepáticas e cardíacas, em Los Angeles (EUA). Começou a carreira como roteirista, e assinou como diretor pela primeira vez em 1925, com The Pleasure Garden. Antes disso, deixou Number 13 (1922) inacabado. Always Tell Your Wife (1923) não leva seu nome nos créditos. Sua filmografia registra 67 produções – a última é Trama Macabra (1976).

Apesar de ter instaurado uma nova linguagem cinematográfica – e criado, involuntariamente, uma legião de seguidores e copiadores –, não recebeu nenhum Oscar como diretor. Pelo conjunto da obra, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood lhe concedeu o prêmio Irving Thalberg, um Oscar honorário, em 1967.

Durante a fase inglesa, Hitchcock se mostrou influenciado pelo expressionismo alemão – certa vez declarou que A Morte Cansada (1921), de Fritz Lang, era seu filme preferido. O produtor David O. Selznick o levou para Hollywood em 1939 – a fase norte-americana começa com Rebecca, a Mulher Inesquecível (1940).

Nesse período, o cineasta desenvolveu um apurado estudo cromático, aprofundou a psicologia dos personagens – apoiando-se na teoria freudiana – sem abandonar a força dos enredos e levou a mulher para o centro das tramas. Janela Indiscreta (1954), Um Corpo que Cai (1958), Intriga Internacional (1959), Psicose (1960) e Os Pássaros (1963) são considerados seus melhores filmes.

Em Janela Indiscreta, um fotógrafo (James Stewart) preso a uma cadeira de rodas observa de seu apartamento um crime. Em Um Corpo que Cai, um detetive (James Stewart) é contratado para seguir uma mulher enigmática (Kim Novak) e se enreda numa trama tétrica.

Em Psicose, uma secretária (Vera Miles) rouba uma grande soma de dinheiro – na fuga, pára no motel de beira de estrada administrado por Norman Bates (Anthony Perkins). Em Os Pássaros, um bando de aves causa pânico na pequena cidade de Bodega Bay.

Hitchcock filmou Festim Diabólico (1948) em oito planos-seqüência de dez minutos, dando a impressão de que o longa não tinha cortes. A comédia O Terceiro Tiro (1955) marcou a estréia de Shirley MacLaine no cinema.

O diretor apareceu como figurante em boa parte dos filmes. Em À Sombra de uma Dúvida (1942), por exemplo, surge jogando cartas no trem.




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