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Decepcionado, dirigente planeja mudança profunda

Jairo Livolis, presidente do Santo André, avalia
a participação do clube na Série A-2 do Paulista

Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
05/05/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Decepção. Essa foi a palavra mais usada por Jairo Livolis, presidente do Santo André, para avaliar a participação do clube na Série A-2 do Campeonato Paulista. Mesmo sem revelar nomes por questões éticas, o dirigente se mostrou profundamente chateado com alguns jogadores experientes e que eram considerados fundamentais na estrutura da equipe, mas que não renderam o esperado. Sobrou até para o ex-treinador Ivan Izzo e sua comissão técnica, demitida na metade da competição.

A insatisfação com o atual cenário é tanta que Livolis promete profunda reformulação no futebol e investir tempo e os escassos recursos nas categorias de base. Nenhum contrato dos jogadores veteranos que termina com o fim da A-2 será renovado.

O dirigente ainda deu a entender que o Ramalhão não irá disputar a próxima Copa Paulista, principalmente por conta da finalização das obras do Estádio Bruno Daniel.

Qual avaliação da Série A-2?

Me decepcionei muito. Tínhamos mantido a base de 2014, fomos campeões da Copa Paulista e isso nos deu esperança de que tínhamos um time com chance de subir. Não existe explicação clara que justifique o resultado final. A conquista da Copinha exigia que fosse mantida a comissão técnica e eles não foram bem. Jogadores- chaves não produziram o que se esperava, prefiro não dar nomes, não seria justo, mas atletas experientes não repetiram o futebol de 2014. O resultado foi um time irregular e inseguro.

E o futuro?

Queremos manter os meninos que vieram da base, procurar investir no amadurecimento deles. Dos experientes não vamos renovar com ninguém. Vamos rever o projeto, a qualificação desses atletas e buscar outros caminhos. Nossa visão é investir nos garotos, dar força na revelação. Queremos time formado em casa, como sempre tivemos. No elenco campeão da Copa do Brasil de 2004, dos 18 relacionados, nove eram da base. Queremos jogadores identificados com o clube, com a cidade, que querem crescer na carreira. Se montasse plantel com 25 garotos, gastaríamos 20% do dinheiro que foi na A-2. Isso viabiliza o futebol. A busca por profissionais prontos fica mais para frente, no momento certo.

Vai disputar a Copa Paulista?

O Bruno Daniel vai estar fechado para obras. Estamos avaliando como jogar sem estádio. Usar o 1º de Maio ou o Anacleto Campanella eventualmente é uma coisa, a competição inteira é impossível. Se formos jogar será com time jovem e, se não disputarmos, vamos focar 100% nas categorias de base.

O Água Santa é um exemplo?

Futebol não tem padrão que se possa copiar. A Ferroviária montou um timão, pegou jogadores emprestados do Atlético-PR, treinador novo e deu certo. Água Santa e Novorizontino repetiram o elenco e deu certo. Não acho que seja um exemplo a ser copiado, acertaram os atletas e encaixaram. Até certo ponto funciona bem.

O Ramalhão é autossuficiente?

O futebol depende de patrocínio. O Jaçatuba tem vida financeira independente, não tem obrigação nem condição de transferir recursos. Com a ajuda do prefeito (Carlos Grana, PT) conseguimos patrocínio e pagar os custos deste ano, mas até quando? Por isso, quero time barato e que nos permita vender atletas e garantir a estabilidade financeira do futebol.

Considera o torcedor do Santo André fiel?

Torcedor fiel é o da hora boa e da hora ruim. Alguns são só de vitória, me irrita essa postura. Ninguém ganha sempre. Alguns na vitória se derramam em lágrimas e na derrota xingam. Chega! Lançamos o sócio-torcedor e esperava que houvesse adesão bem maior do que teve. Tem muito torcedor que vai ao campo, que sorri, chora, grita, mas não é sócio-torcedor. Isso me deixa decepcionado. Mas temos muitos fiéis que batem palma na hora boa e na ruim e ajudam a manter a peteca no ar.




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