Setecidades Titulo Mordida
Região tem 4 ataques de cães por dia

Diadema foi a cidade com mais casos na região
em 2009, seguida por Santo André e São Caetano

Evandro Enoshita
Do Diário do Grande ABC
15/02/2010 | 07:00
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Somente no ano passado, o Grande ABC registrou cerca de 1.600 casos de pessoas atacadas por cães, número que corresponde à média de quatro pessoas mordidas por dia. Maus-tratos e abandono são duas causas que podem explicar a violência animal.

Diadema encabeça a lista de incidentes, com 880, seguida por Santo André com 686 mordidas registradas. Em São Caetano, foram 52 ocorrências. Já em São Bernardo, o número de ataques chegou a 28. Procuradas, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não forneceram informações.

Em São Paulo, a Secretaria de Estado da Saúde contabilizou 85,4 mil ataques de cães entre 2005 e 2009. Deste total, 60% ocasionaram ferimentos superficiais.

Segundo o médico infectologista e chefe da disciplina de Clínica Médica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Paulo Olzon Monteiro da Silva, mesmo nos casos em que o ferimento não for grave é necessário procurar atendimento hospitalar imediatamente.

 "A mordida do cão transmite uma série de bactérias que podem provocar infecções. Por isso, além da limpeza do ferimento, é preciso administrar um tratamento com antibióticos", salienta.

Para o médico, a atenção deve ser redobrada nos casos em que o indivíduo for mordido por um cão de rua. "O maior medo é contrair raiva. A doença tem mortalidade de praticamente 100% dos casos", afirma.

A estudante de jornalismo Carolini Fernanda Garcia de Almeira, 22 anos, sempre teve o costume de brincar com cachorros. E foi exatamente em uma dessas ocasiões que acabou sendo mordida na mão por um cão de rua, há cerca de dois anos.

"Estava em frente ao Paço de Diadema, quando vi um cachorro. Não pensei duas vezes e fui passar a mão na cabeça dele. Ele não gostou e acabou me mordendo. Tive que ir correndo para o hospital", relata Carolini.

Mesmo sem ter ficado com cicatrizes do incidente, a estudante diz estar mais cautelosa. "Agora só passo a mão nos cachorros que eu percebo que querem brincar comigo", garante.

ESTRESSE - Para a presidente da ONG Clube dos Vira-Latas, Cida Lellis, não é comum que cachorros sejam violentos. Mas histórico de maus-tratos pode levar o animal a ter desvios de comportamento. "Tem muita gente que trata de maneira errada, deixa preso em correntes ou em espaço pequeno. O cão ataca por estar estressado, com medo, ou machucado. Como não fala, este é o único jeito que ele tem para se comunicar", comenta Cida.

Carteiros são treinados para evitar mordidas de animais

Dos 9.823 carteiros da região metropolitana de São Paulo, 197, ou 2% do total, ficaram afastados de suas funções devido a ferimentos causados por cães.

Os dados são de levantamento realizado em 2008 pelos Correios. Na ocasião, a empresa desenvolveu campanha para que a população adaptasse as caixas de correspondência de suas residências de modo a evitar acidentes.

De acordo com a empresa responsável pela distribuição de correspondências, os carteiros recebem treinamento para identificar situações de risco durante o trabalho e quais atitudes tomar na iminência de ataque.

Mesmo se não for possível ao carteiro escapar da mordida de um cachorro, ele também é orientado sobre os procedimentos em caso de acidentes, e recebe informações básicas sobre a raiva. 




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