Economia Titulo Mercado
Ações da construção caem 15,6%
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
02/02/2010 | 07:00
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Após o fim do primeiro mês de 2010, alguns investidores que injetaram recursos em ações nas 29 empresas do setor da construção listadas na Bolsa de Valores, no Brasil, estão atentos às cotações. O valor de mercado destas companhias caiu 15,6% entre o último dia de 2009 e 29 de janeiro. Esta queda representa desvalorização de US$ 5 bilhões, o equivalente a R$ 9,3 bilhões na cotação do real de ontem.

As empresas de capital aberto, que têm papéis negociados na Bolsa, também são cotadas pelo valor de mercado. Este indicador é calculado pelo preço de uma ação da companhia, multiplicado pelo total de ações da mesma.

Conforme pesquisa divulgada ontem pela consultoria Economatica, feita em 31 de dezembro, as 29 empresas de capital aberto do setor da construção tinham valor de mercado, juntas, de US$ 32,1 bilhões. No último dia de janeiro, elas apresentavam valor de US$ 27,1 bilhões.

Mesmo demonstrando a maior queda em um mês, o setor da construção perdeu das empresas de petróleo e gás, com ações em Bolsa, em desvalorização em moeda. O decréscimo do valor de mercado destas ações foi de US$ 31,2 bilhões. O recuo em percentual foi de 13,8%.

Considerando as perdas em moeda, os bancos também apresentaram queda relevante, cerca de US$ 30bilhões. Enquanto que, no fim de dezembro eles valiam, juntos, US$ 264,2 bilhões (setor mais valorizado no País), em 29 de janeiro o preço de todas as ações era de US$ 233,3 bilhões.

De acordo com o economista da Gradual Investimento, André Guilherme Pereira Perfeito, a oscilação ocorrida nos valores de mercados destas empresas não são motivos para criar pânico.

Em geral, o preço das ações acompanha o movimento da economia, pois as negociações (compra e venda) aumentam e valorizam os papéis quando o cenário econômico está saudável. O contrário acontece quando a economia está no vermelho. Porém, como é um mercado especulativo, considerado de grande risco, as ações também desvalorizam quando os investidores e empresas, que estão no mercado de ações, esperam mudanças próximas na economia.

Perfeito destaca que a pergunta que está na boca do mercado é "se a economia continuará crescendo quando todas as medidas anticíclicas, para evitar grandes impactos da crise, forem retiradas".

Além da expectativa quanto à saída dos incentivos, ele lembra que a Bovespa cresceu muito em 2009 e chegou a ultrapassar os 70 mil pontos. Atualmente, ela está no patamar dos 66 mil pontos, "mas as expectativas são de melhora". E vale a pena esperar antes de negociar as ações na Bolsa, "pois o primeiros semestre deverá ser de muita instabilidade".

ESTATAL - O valor de mercado da Petrobras reduziu US$ 28,4 bilhões, queda de 14,3%. No recorte América Latina e Estados Unidos, a estatal brasileira só perdeu para o Google, que caiu 14,5%.

O único setor que registrou valorização de mercado no Brasil, em janeiro, foi o da agropecuária e da pesca, com alta de 1,8%, ou US$ 30 milhões. O setor tem cinco empresas listadas na Bolsa.

Brasil desvaloriza 10% e tem queda de US$ 126,6 bilhões

O valor de mercado das 320 empresas com ações na Bolsa no Brasil caiu 10% em janeiro, com desvalorização de US$ 126,6 bilhões. Enquanto no fim de dezembro a soma de todas as suas ações era de US$ 1.266,1 bilhões, no dia 29 de janeiro foi registrado US$ 1.139,5 bilhões.

O resultado negativo percentual brasileiro foi maior do que a média da América Latina, que decresceu 6,5%, considerando as ações de 765 empresas.

Os dados são da consultoria Economatica. A pesquisa considera todas as empresas de capital aberto dos Estados Unidos e dos países da América Latina.

O Brasil teve o segundo maior percentual de desvalorização em janeiro, perdendo apenas para a Venezuela, cujo valor de mercado das 17 empresas presentes em Bolsa caiu 42,2%.

O terceiro lugar ficou para as 98 empresas do México, que caíram, juntas, 4,2%. O resultado representa desvalorização de US$ 15,7 bilhões.

As 500 empresas de capital aberto dos EUA desvalorizaram 3,7% no primeiro mês de 2010. O resultado mostra desvalorização total de US$ 383 bilhões, valor maior que o dobro da América Latina, que registrou US$ 138,8 bilhões a menos.

Chile, Peru, Colombia e Argentina tiveram valorização dos papéis de suas 330 empresas de capital aberto em janeiro.




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