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TRW negocia e prorroga convênio de demitidos

Sindicato garante que essa é a 1ª conquista; acordo só aconteceu após manifestação na semana passada

Vivian Costa
Do Diário do Grande ABC
14/01/2009 | 07:00
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Nesta terça-feira, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC promoveu uma plenária para informar aos 172 demitidos no final ano - em virtude da crise financeira mundial - pela TRW, em Diadema, que a empresa aceitou prorrogar o convênio médico por mais 30 dias.
O presidente da entidade, Sérgio Nobre, informou que a empresa aceitou negociar, depois que aconteceu a manifestação na última quinta-feira em frente a sua sede.

Outro assunto pautado na reunião foi a estabilidade de alguns funcionários. "Há muitas pessoas que foram demitidas e que por lei não poderiam ser dispensadas. Há profissionais que estão para se aposentar e aqueles com sequela de acidente de trabalho", afirmou. Segundo Nobre a reintegração destes profissionais que tinham estabilidade é a pauta de hoje da reunião com a TRW.

Durante a reunião, Nobre reforçou aos trabalhadores que o sindicato não vai descansar enquanto não conseguir resultados. O dirigente lembrou que em 1998 os funcionários da Ford também passaram por demissões semelhantes aos profissionais da TRW e que depois de 21 meses de negociação, muitos trabalhadores foram readmitidos.

Nobre afirma que o primeiro passo foi um sucesso, que foi a volta do convênio médico por mais trinta dias. "Muitos trabalhadores estavam preocupados. Agora que a empresa está aberta a negociações e isto é um bom sinal", comenta.

O assessor de saúde do sindicato, Theo de Oliveira, explicou que profissionais que têm sequelas de acidente de trabalho e que entraram no INSS - e teve o código 91 na perícia - têm um ano de garantia de emprego desde a data de alta. "Temos que verificar caso por caso. Depois do levantamento, vamos comunicar a empresa."

Outros que também têm estabilidade são os profissionais que estão prestes a se aposentarem. O sindicato vai verificar também quantos trabalhadores estão nestas situações e levar para conhecimento da TRW. O presidente da entidade afirma que se as negociações não avançarem, o sindicato irá fazer manifestações para pressionar a empresa.

De acordo com a assessoria de imprensa da TRW, em nenhum momento a TRW desrespeitou os direitos trabalhistas de seus funcionários.

HISTÓRICO - A TRW demitiu alguns dias antes do Natal 172 funcionários de maneira brusca. Os funcionários foram avisados no meio do expediente que o turno estava suspenso e que deveriam ir para casa. Só que a suspensão aconteceu às 3h da manhã e os trabalhadores não tinham condução. Mesmo assim, a empresa apagou as luzes e expulsou os funcionários do local. No dia seguinte a este episódio, a empresa dispensou os trabalhadores e os informaram que iria abonar o dia, mas em seguida os trabalhadores começaram a receber telegramas de demissão em casa.

Proxyon e sindicato negociam para evitar novas demissões

Na última segunda-feira, aconteceu a primeira reunião entre a Proxyon, em São Bernardo, e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para evitar novas demissões. Segundo Ronaldo Nilander, advogado trabalhista da empresa, foram oferecidas alternativas como flexibilização de jornada de trabalho e salários para a entidade para que não haja demissões.

De acordo com Nilander, o sindicato vai analisar a proposta e, no decorrer da semana, uma nova reunião será marcada.

MOTIVO - A Proxyon demitiu 37 funcionários semana passada e há rumores que outros 34 seriam dispensados até o final do mês.

Por causa disso, os trabalhadores cruzaram os braços na última quinta-feira até ao meio dia. A empresa dispensou os funcionários o resto do dia da manifestação. A decisão de cruzar os braços aconteceu depois de uma assembléia dirigida por Moisés Selerges, diretor regional de São Bernardo do Sindicato do ABC.

Segundo o advogado da empresa, a Proxyon negociava com o sindicato desde 14 de dezembro.




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