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Crise reduz gasto de brasileiros no Exterior
Por Das Agências
27/11/2008 | 07:01
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A crise financeira começa a reduzir o gasto de brasileiros em viagens internacionais. Segundo dados do Banco Central, turistas brasileiros gastaram US$ 11,352 bilhões no acumulado dos 12 meses encerrados em outubro. Essa é a primeira vez desde abril de 2004 que o valor acumulado em um ano diminui. Em setembro, essa despesa somava pouco mais de US$ 11,4 bilhões.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, diz que a conta de turismo é a que sente mais rápido os efeitos da crise internacional e o impacto desse cenário turbulento no câmbio, o que encarece os gastos em moedas estrangeiras. "O ajuste tem sido muito pronunciado."

Números de outubro já mostravam arrefecimento. No mês, a despesa dos brasileiros no Exterior caiu 15% na comparação com igual mês do ano anterior e somou US$ 774 milhões.

Ao mesmo tempo, a receita obtida com estrangeiros que visitam o Brasil - que são beneficiados pelo dólar mais forte - aumentou 10%, para US$ 478 milhões.

OMT
No último domingo, o subsecretário-geral da OMT (Organização Mundial de Turismo), Geoffrey Lipman, anunciou que a crise financeira representou para o turismo um dos piores golpes de sua história, destacando a queda de seu crescimento, que se reflete na França, primeiro destino mundial, e em seu concorrente na Europa, a Espanha.

Para Lipman, as perspectivas para 2009 são preocupantes, e não se prevê recuperação no primeiro semestre. Segundo a OMT, a crise financeira provocou um claro freio no crescimento do turismo internacional, que se limitará a 2% em 2008. E no ano que vem, na melhor das hipóteses, será nulo.

Em 2007, 9O3 milhões de turistas viajaram pelo mundo, ou seja, 6,6% a mais do que em 2006, resultado que foi superior às previsões.
Apesar da crise financeira, a OMT, agência subordinada às Nações Unidas, mantém suas previsões de longo prazo e acredita que, em 2020, o número de turistas baterá a casa de 1,6 bilhão.

Menos afetado do que outros setores, como o imobiliário, o da construção, ou o de automóveis, o turismo também sofre as conseqüências da recessão nos países industrializados, embora não se possa negar que, quando a atividade se reaquece, é também o primeiro setor que floresce, segundo a OMT.

As viagens de negócios se vêem especialmente atingidas: as empresas, sobretudo do setores financeiro e bancário, reduziram seus orçamentos, assim como o número de seminários e conferências.

QUEDAS
Depois de uma alta contínua de 5,7% nos primeiros quatro meses de 2008 e de um recorde de 7% em maio, o crescimento do turismo internacional começou a estancar a partir de junho (1,5%).

Nos primeiros oito meses do ano, o mercado aumentou uma média de 3,7%. Mas, de acordo com a OMT, essa tendência se degradou. A queda foi particularmente sentida na Ásia-Pacífico, em pleno boom até março (um aumento de 7% em 18 meses), e onde os turistas internacionais diminuíram em 2% em agosto.

Já o índice de progressão do turismo na África se dividiu, a 3,2%, para um período de oito meses.

A atividade na Europa também recuou (1,7% em oito meses), após ter experimentado um aumento médio de 5% nos últimos dois anos.
Primeiro destino mundial, com 81,9 milhões de turistas em 2007, a França refletiu essa tendência - nos primeiros sete meses do ano, o número de visitantes diminuiu em 0,6%. Junho e julho registraram os piores resultados, com quedas de 3,3% e 2,8%, respectivamente.

Essa nuvem preta também passou por sua principal concorrente na Europa, a vizinha Espanha, que sofreu um retrocesso de 0,9% em nove meses. Seu pior momento foi em julho, em plena estação de veraneio (Hemisfério Norte), onde a queda no número de visitantes chegou a 8%.

Já os Estados Unidos atraíram, por conta da debilidade do dólar, 9,5% a mais de turistas desde o início do ano. Essa mesma tendência positiva se refletiu no Oriente Médio, onde o setor registrou alta de 17,3%.

Uma conferência regional de especialistas e ministros da OMT dedicada à crise e ao meio ambiente está prevista para os próximos domingo e segunda-feira, em Sharm el-Sheikh, a localidade costeira egípcia que quer se transformar em um destino ‘ecológico', seguindo o exemplo do Sri Lanka.

Entre as possíveis receitas contra a crise, Lipman sugeriu uma moratória sobre os impostos relacionados às viagens. "Os governos devem se dar conta de que não é o momento de aumentar a carga das empresas", insistiu.




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