Mauá e Santo André são as estações de trem de toda a Linha D (Luz-Rio Grande da Serra) onde há maior ocorrência de vandalismo em trens. Nos dois primeiros meses deste ano, foram 42 ocorrências de vandalismo neste ramal.

 As duas estações mais movimentadas da região recebem diariamente pouco mais de 70 mil passageiros, motivo que parece atrair a atenção dos vândalos, segundo o gerente de operações das linhas A e D da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Wellington Berganton.

 “São estações de grande fluxo de passageiros. A hora que está saindo aquela massa da estação, ele (vândalo) acaba se confundindo no meio”, afirmou Berganton.

 Contudo, a linha que serve cinco das sete cidades da região é tida como uma das mais tranqüilas do sistema. “Isso tem a ver com o tipo de público, que é um pouco mais participativo e denuncia mais as ocorrências de vandalismo. É um usuário mais preparado para exigir melhores condições”, disse Berganton.

 A pichação é o principal problema da linha, entretanto, os trens não estão livres da quebra de vidros, bancos e luminárias. “A composição pode ter de parar por horas e até dias para que os reparos sejam feitos”, disse Berganton.

 Em média, a linha perde um trem por semana por conta do vandalismo. Para as 14 composições que servem o trecho, há sempre uma 15ª preparada para suprir a retirada de trens para conserto.

 “Há ainda um problema menor, que são as pessoas que rabiscam os vidros na parte interna do trem”, observou a secretária Edna Castro, 26 anos, de Mauá, usuária da Linha D.

 Para a professora de psicologia da Universidade Metodista, Angelica Capelari, a população deve ser educada para entender os bens públicos como algo que lhes pertence. “Isso é algo que tem de ser discutido desde a infância”, explicou.