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Filha de Alckmin pediu favorecimentos à Daslu
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15/09/2005 | 00:15
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A filha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e gerente do setor de Novos Negócios da loja Daslu, Sofia Alckmin, esteve em abril na Secretaria de Estado da Fazenda para pedir a concessão do regime especial de recolhimento de tributos para o centro de compras. O regime permite ao consumidor adquirir produtos em várias lojas e pagar em um caixa único, que presta contas a Receita Federal.

A pedido de deputados da oposição, o secretário da Fazenda, Eduardo Guardia, participou nesta quarta-feira de uma reunião extraordinária da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa de São Paulo para falar sobre o episódio. Guardia negou ter havido qualquer tipo de favorecimento à loja Daslu. “O trabalho de fiscalização e de concessão do regime especial foi dentro das regras”, garantiu Guardia.

Segundo o secretário, a Daslu é investigada pela Fazenda desde 25 de março de 2004, depois de uma denúncia encaminhada pelo Ministério Público Estadual. Em julo deste ano, investigações levaram a Polícia, Receita e Ministério Público Federais a deflagrar a Operação Narciso indicando que a Daslu importava mercadorias por meio de empresas de fachada. Os laranjas subfaturavam o valor dos produtos, sonegando impostos. Depois, subfaturavam a venda da mercadoria para a Daslu, sonegando novamente. Na operação, a proprietária da empresa, Eliana Tranchesi, foi presa, mas conseguiu habeas-corpus e responde processo em liberdade.

Guardia não revelou o valor da dívida com o Fisco, porque esse tipo de informação é protegido por sigilo fiscal. A Daslu contesta a decisão administrativa na Justiça.

O deputado Ênio Tatto (PT) disse que não ficou satisfeito com as explicações de Guardia. Segundo ele, o regime foi concedido rápido demais e não havia necessidade de Sofia acompanhar a equipe da empresa.

Procurados pela reportagem, nem Sofia nem o governador quiseram comentar o caso. “É importante destacar que esse regime especial não é um privilégio. Ele facilita a vida do consumidor e do Fisco”, alegou o advogado da Daslu, Rui Fragoso.              




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