Artigo

Acabar com o toque de recolher imposto pelos bandidos a bairros de São Paulo (e de qualquer ponto do País!) e com as falsas notícias ou ameaças que amedrontam os comerciantes e os levam baixar as portas de seus estabelecimentos, é uma das importantes tarefas da agência de combate ao crime, criada na semana passada durante a reunião do ministro da Justiça com o governador do Estado. Os atemorizados comerciantes e sua clientela - que resta desabastecida - são vítimas passivas da represália dos criminosos que confrontam a nossa fraca autoridade, gerando o caos. O poder público, que cede os alvarás e recolhe os tributos dos negócios, tem o dever de garantir as condições básicas para o seu funcionamento, entre elas o direito de ir e vir das pessoas que, todos sabemos, é constitucional.

Os governantes das três esferas - federal, estadual e municipal - têm a obrigação da contrapartida de serviços para a população e estabelecimentos que autoriza a se instalar como meio de abastecimento e prestação de serviços. Não pode, sob pretexto algum, o crime, organizado ou não, ditar ordens para o cidadão cumprir, pois o detentor do imperium é o Estado brasileiro que, pela sua natureza jurídica, é absoluto e indivisível. Cabe aos responsáveis pela condução do Estado brasileiro adotar as providências para a manutenção da ordem e de sua jurisdição e, não o fazendo, estarão prevaricando em suas funções.

Atuando unidos - como já começa a ocorrer em São Paulo - polícias e órgãos de inteligência federais e estaduais têm de, além da repressão quando o problema já estiver instalado, dispor de meios para avaliar as ameaças e orientar a população quanto ao real estado de coisas. Argumenta-se que parte dos toques de recolher não passa de brincadeira ou, no máximo, de tumulto social. Não basta dizer que é assim. As autoridades têm de dar à população a segurança e a certeza de que pode continuar em suas atividades e nada lhe acontecerá. Do contrário, o simples trote telefônico terá validade e o mal continuará sendo causado.

Durante algum tempo alguns defenderam a solução de tudo através da repressão policial. Mas não é só isso que vai resolver. Há que se atacar o problema por todos os flancos e reservar à polícia apenas a sua tarefa, de resolver o conflito, até com o emprego da força, só quando os outros meios tiverem falhado.

Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente e dirigente da Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de S.Paulo.

PALAVRA DO LEITOR

Na madrugada

Será que a leitora que escreveu neste espaço (Mensagem, dia 2) não é aquela assessora do prefeito de Santo André, lotada na Secretaria da Saúde, que está colhendo assinaturas em abaixo-assinado sobre a mensagem na madrugada de domingo véspera do segundo turno? Pois é, a moça não quis fazer campanha eleitoral para a reeleição do chefe do Executivo e agora está tentando permanecer até o finalzinho de dezembro com esse trabalho, pensando em processar o Partido dos Trabalhadores. Foi mal, foi mal!

Maria Ap. da Silva, Santo André

Desequilíbrio

Absurdo um funcionário do DAE, que por não poder esperar três minutos, desacatar, ofender e humilhar uma senhora de 74 anos em condomínio de São Caetano! Lembrando que além se ser pessoa idosa ela tem pressão alta e diabetes e sofreu mal-estar com o ocorrido, precisando ser medicada. O indivíduo ainda a seguiu até a entrada do bloco em que reside, dizendo que nesse condomínio não mais retornaria e reclamaria com seus superiores do DAE. Foi sugerido à senhora que procurasse delegacia de polícia e registrasse boletim de ocorrência. Solicitamos ao DAE que enviei pessoas equilibradas e educadas para executarem seus serviços. A boa educação é básica em qualquer situação. Espero retorno desta reclamação e informo também que a mesma foi feita por telefone junto ao DAE.

Sérgio Agobiti, São Caetano

Nossos cárceres

O PT está no governo federal há mais de dez anos e ainda não havia se dado conta de que as prisões brasileiras são desumanas. Também, pudera! Nenhum petista havia sido condenado à pena de prisão até hoje!

Cléa M.G. Corrêa, Capital

Eaosa e EMTU

Mais uma vez venho reclamo das empresas Eaosa e EMTU, referente aos constantes atrasos e quebras de ônibus nas linhas 160-Sacomã e 160EX1-São Caetano - via Esperança. Há dois meses acompanho essas linhas nos horários das 7h30 às 9h e normalmente as partidas não são efetuadas, ou partem com bastante atraso do terminal. Na maioria das vezes os ônibus quebram! Dia 12, às 8h15, um 160EX1-São Caetano (carro 862) quebrou (esquentou o motor) próximo do ponto do Hospital Nardini. Pegamos o próximo, o 160-Sacomã (carro 883), e dentro do ônibus havia várias goteiras e muitos passageiros tiveram de viajar em pé para não chegar no trabalho molhados. Nos da Eaosa, é de responsabilidade dos passageiros sair de casa duas horas antes do previsto para tentar não chegar atrasado no trabalho, uma vez que já sabemos que essa empresa irá disponibilizar carros em péssimas condições, fora os que não vão partir e os que terão atrasos. Nos da EMTU, dentro do período das 7h30 às 9h, é de responsabilidade dos passageiros fiscalizar os horários dessas linhas. Fazer o trabalho deles? Não possuem fiscais nos terminais de ônibus?

Raquel Cristina Gonçalves, Mauá

Medieval

Pode parecer coincidência, mas como tudo que vem do PT tem que ser avaliado com mais cuidado, especialmente com relação às suas reais intenções, essas declarações dadas pelos ministros petistas Cardozo e Toffoli, o primeiro qualificando as prisões brasileiras de medievais, e o segundo dizendo que prisão restritiva de liberdade combina com o período medieval, só foram feitas depois que José Dirceu foi condenado a cumprir pena em regime fechado. Haja partidarismo, e bota medieval nessa vergonhosa e extemporânea posição!

Ronaldo Gomes Ferraz, Rio de Janeiro

Fora Toffoli!

Se levarmos ao pé da letra tudo que Toffoli disse sobre o julgamento do Mensalão, inclusive sobre a pena imposta aos corruptos, que chamou de ‘medieval', quem deveria ir para a cadeia são aqueles que o aprovaram como capaz para exercer o cargo na mais alta corte do País. O cara tem visão totalmente distorcida do que é ético e direito. O pior é que vamos amargar essa peça no STF durante longos 38 anos. Pode? Ainda bem que como bagrinho pequeno da cúpula petralha, seu QI serve apenas para repetir o que ordenam. Tão ‘medieval' quanto ele afirma ser a punição dada aos petralhas!

Beatriz Campos, Capital

Infortúnio

José Genoino, o único do núcleo político que se livrou das grades, assumirá brevemente importante cargo dentro do partido, será encarregado de levar cigarros e outros pequenos regalos para os companheiros de infortúnio.

José Marques, Capital