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Cinema: mais um cult de John Waters
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
12/04/2001 | 00:00
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  Cecil Bem Demente (Cecil B. Demented, EUA, 2000), de John Waters, que entra em cartaz nesta quinta em São Paulo, pode ser definido como um filme para poucos. Para quem conhece o currículo do diretor norte-americano de 54 anos, o choque visual é menor. A trama também, já que o argumento é parecido com seu filme de estréia no formato 16mm, Eat Your Makeup (1967), no qual uma governanta desajustada e seu amante seqüestram modelos e as obrigam a se vestir de morte.

A carreira de Waters seria ainda mais conturbada com Mondo Trasho (1969), o primeiro longa, pelo qual foi preso por atentado ao pudor com mais dois atores. O status de celebridade cult veio com Pink Flamingos (1972), sucesso nas sessões da meia-noite nos Estados Unidos.

Em Cecil Bem Demente, o louco da vez é o cineasta cujo nome batiza o filme, interpretado pelo ator Stephen Dorff. Demente é um lunático que organiza uma gangue obcecada por cinema e seqüestra a maior estrela de Hollywood, Honey Whitlock (Melanie Griffith), para forçá-la a atuar em seu filme terrorista underground.

Apesar da reputação de diva, Honey (que em inglês significa querida) vive tendo ataques histéricos e fica uma fera por ter de participar de uma première na pacata Baltimore (cidade natal de Waters). Demente e seus seguidores, por sua vez, abominam todo tipo de filmes feitos apenas com interesses comerciais e exaltam os estilos de Charles Manson, Andy Warhol e Otto Preminger.

Depois do seqüestro, Honey é persuadida a entrar no mundinho estranho de Demente. É obrigada a rodar cenas de realidade extrema e, aos poucos, adapta-se ao estilo suicida dos colegas. Envolve-se de tal forma com a insanidade de Demente que chega a tatuar o logotipo do diretor no braço. A loucura do cineasta começa a ser uma alternativa interessante para Honey, depois que seus antigos fãs passam a rejeitá-la.




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