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Racha atinge o berço do sindicalismo
Por Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
24/02/2008 | 07:00
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As eleições do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC abriram as feridas do movimento trabalhista brasileiro. A concorrência de três chapas ao comitê sindical da Volkswagen, em São Bernardo, não é um fato isolado: a divisão dos sindicalistas da CUT (Central Única dos Trabalhadores), da corrente Articulação Sindical, trouxe à tona o desgaste e a insatisfação de diversos trabalhadores com o rumo do sindicalismo no País.

Esta é a primeira vez na história do movimento dos metalúrgicos do Grande ABC que ocorre um racha dentro de um dos sindicatos mais tradicionais do Brasil. A chapa 3 que concorrerá à liderança do comitê não se considera oposição, mas uma voz contra o alinhamento político ao governo federal e o envolvimento cada vez maior dos sindicatos com os partidos políticos.

Contudo, o desgaste não é uma novidade. Fatos como a mudança de opinião sobre a CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira) – ao passar da posição de contra durante o governo FHC para a de pró no governo Lula –, a falta de cobrança com a Previdência Social – pois o ex-presidente do sindicato Luiz Marinho é o atual ministro – e a recuperação das perdas com as alíquotas do Imposto de Renda nos governos anteriores são questionamentos constantes dos trabalhadores da base do sindicato.

Aliás, o discurso afinado com o governo federal ficou claro na última comemoração do 1º de Maio. As centrais sindicais foram suaves em qualquer crítica à gestão do presidente Lula e preferiram falar sobre o meio ambiente.

As eleições do comitê, marcadas para o dia 10 e 11, podem abrir feridas ainda maiores caso as chapas opositoras à situação avancem sobre o sindicato.

Abaixo, três sindicalistas de chapas distintas defendem suas posições e convicções, e tentam explicar a atual situação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.




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