Barrichello faz parte de uma lista quádrupla que repousa sobre a mesa de Frank Williams em Grove, a sede da equipe. Atrás dele vêm Mark Webber, Jenson Button e, com chances mais remotas no momento, Nelson Ângelo Piquet. A princípio, o time vai tentar segurar Montoya mais um ano. Se não der, porque o colombiano ameaça ir à Justiça, alguém será contratado para um ‘mandato-tampão’ de uma temporada, até a chegada do sucessor.
Rubens já teve um contato com a Williams, em 1998, mas em circunstâncias bem diferentes. Correndo pela Stewart, sem boas perspectivas de futuro, foi à fábrica do time para se oferecer. Correria de graça, se fosse preciso. No fim, a Williams optou por contratar Ralf Schumacher. Na época, o brasileiro ficou indignado. "O que esse cara já fez na F-1 para merecer essa vaga?", questionou. Agora a situação é outra. Barrichello está há três anos numa equipe de ponta e já venceu seis GPs. A Ferrari é a grande rival da Williams na atualidade e seria muito útil para o time inglês ter alguém em suas fileiras que conheça os segredos da concorrência.
Por fim, há o "fator Petrobras". A estatal é hoje uma das principais parceiras técnicas da Williams e seria interessante ter um brasileiro divulgando sua gasolina. Montoya acertou com a McLaren e está tentando sair da Williams antes do fim de seu contrato. Para isso, porém, teria de pagar uma multa rescisória de US$ 10 milhões. A McLaren, que não quer bancar a conta, até já anunciou sua dupla para 2004, mantendo Coulthard e Raikkonen.
Julian Jakobi, empresário de Montoya, estaria tentando uma última cartada para liberar o piloto. De acordo com a imprensa européia, ele estuda a possibilidade de recorrer aos tribunais baseado na Lei Bosman, que em dezembro de 1995 acabou com o passe para os jogadores de futebol na Europa.
O belga Jean-Marc Bosman jogava no Liège em 1990 quando, por não estar sendo aproveitado pela equipe, assinou um contrato com o Dunquerque, da França. Seu time não o liberou e ele entrou na Justiça alegando que estava sendo impedido de trabalhar. A longa batalha jurídica acabou definindo o sistema usado hoje para transferências de jogadores, que são livres para atuar onde quiserem. Quando recebem uma boa proposta de outro clube, caso tenham contrato em vigor, basta pagar uma multa e ir embora.
Jakobi teria planos de alegar que Montoya não terá boas condições de trabalho na Williams em 2004, já que todos sabem de seu acerto com a McLaren.
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