Setecidades Titulo Estatística
Roubo de carga cresce 16% na região

Entre janeiro e julho deste ano, foram 312 casos, média de um a cada 16 horas;

Por Daniel Macário
Diário do Grande ABC
16/09/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
André Henriques/DGABC


Municípios do Grande ABC vivem epidemia de roubos de carga. A cada 16 horas, uma ocorrência do tipo é registrada na região. O número é referente ao período de janeiro a julho deste ano, quando 312 casos foram observados entre as sete cidades.

Os dados, obtidos por meio das estatísticas criminais da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), indicam que a região teve crescimento de 16% no número de ocorrências na comparação ao mesmo período do ano anterior.

O cenário vai na contramão do Estado, onde houve queda de 16,7% nos casos do tipo (baixaram de 6.270 para 5.218), e da Capital, que apresentou 27,7% menos roubos de carga (caíram de 3.476 para 2.513).

Para especialistas, o aumento do número de crimes do tipo na região está diretamente relacionado ao alto volume de tráfego de caminhões de carga no Grande ABC, principalmente pelo SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) e Rodoanel. Chama atenção, inclusive, o aumento de ocorrências nos municípios cortados por estas rodovias.

“O Grande ABC está na rota obrigatória das grandes transportadoras que seguem rumo ao Porto de Santos e ao Aeroporto de Guarulhos. Vira alvo fácil para a ação de criminosos, uma epidemia”, avalia Marcy José de Campos Verde, consultor em Segurança e também diretor da Abseg (Associação Brasileira de Profissionais de Segurança).

Para o especialista, o problema acaba sendo impulsionado pela proibição de circulação de cargas em algumas avenidas da Capital, o que acaba provocando o desvio destes veículos para o Grande ABC.

Outro fator que influencia no aumento do índice é a situação econômica do País, de acordo com o especialista em Segurança Pública do Mackenzie Rio Newton Oliveira. “O roubo de carga acaba sendo visto pelos criminosos como algo vantajoso, tendo em vista o amplo mercado informal. As pessoas compram mercadorias sem qualquer receio de saber se são de providência duvidosa.”

Visto como desafio para as polícias Civil e Militar na região, o aumento de roubo de carga tem interferido no custo dos produtos, segundo o especialista. “O prejuízo desta mercadoria para as grandes empresas provoca um aumento no preço final do produto, sem contar o valor empenhado pelas empresas na segurança”, destaca Oliveira.

As pequenas mercadorias têm sido o principal alvo dos criminosos. Somente na semana passada, a Polícia Militar frustrou três ocorrências de roubo de cargas do tipo na região. “Temos muitos casos de roubo de cigarro, remédios, eletroeletrônicos”, explica Rodrigo Mourad, sócio da startup Cobli, especializada em gestão de frota. A empresa atualmente promove o trabalho em 600 empresas. “Nossa proposta é planejar e variar as rotas dos veículos para coibir estas ações”, afirma.

Na região, mercadorias transportadas pelos Correios também têm sido alvo dos criminosos. Neste ano, sete pessoas foram presas por este tipo de crime contra a empresa.

Por meio de nota, a SSP diz que, entre janeiro e julho deste ano, 42 pessoas foram presas pelo crime de roubo de carga entre as sete cidades.O órgão diz ainda que realiza operações com foco na repressão imediata do crime. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;