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'Shoah' é obra-prima sobre o Holocausto
06/07/2018 | 06:50
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Morreu na quinta, 5, em Paris, aos 92 anos, o cineasta, escritor e jornalista francês Claude Lanzmann, autor de Shoah, o "filme definitivo" sobre o Holocausto. Quando lançado, em 1985, Shoah deixou o público estupefato por sua potência. Mesmo assim foi criticado, em sua metodologia, por historiadores.

Lanzmann voltou ao tema em outras ocasiões, como em Sobibor, 14 de outubro de 1943, 16 Horas sobre o heroísmo do levante de judeus presos num campo de extermínio. Em Le Rapport Karski entrevista o resistente polonês Jan Karski, mandado aos EUA para pedir ajuda ao indiferente Roosevelt. Em O Último dos Injustos faz o retrato de Benjamin Murmelstein, dirigente de conselho judaico acusado de colaboração.

Ano passado, na Mostra de Cinema de São Paulo, foi exibido o memorialista Napalm, que seria a última obra de Lanzmann. Trata de uma lembrança de mocidade do diretor, quando havia ficado doente durante uma viagem à Coreia e foi atendido num hospital do país. Inevitavelmente, caiu de amores por sua enfermeira.

Persona controversa da intelligentsia francesa, esse talento múltiplo de cineasta, escritor e jornalista foi editor da célebre revista Les Temps Modernes, na época de Sartre. Lançou em 2009 seu livro de memórias A Lebre da Patagônia (Companhia das Letras, 2011), no qual fala sobre seus filmes, viagens, e, claro, amores espalhados pelo mundo. Entre os relacionamentos, aquele que ficou mais famoso, foi o com a escritora e filósofa Simone de Beauvoir, com quem viveu de 1952 a 1958.

Hoje ninguém discute a importância de Shoah, obra incontornável sobre o grande crime do século 20. São nove horas e meia de duração, uma coleta e exposição minuciosa de dados sobre o maior extermínio programado da história da humanidade. Personagem polêmico e pantagruélico em seu gosto pela vida, Claude Lanzmann deixa Shoah como legado definitivo. Mas há muito mais a vasculhar em sua vasta obra, tanto cinematográfica quanto literária. Era um titã imperfeito. Gigante que colecionou admiradores e desafetos, talvez na mesma proporção.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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