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Pacientes fazem planos após receber órgãos de Eloá
Por Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
04/11/2008 | 07:10
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Depois do período da recuperação pós-cirúrgica, os receptores do coração, pâncreas e rim que eram de Eloa Cristina da Silva, 15 anos, já fazem planos para o recomeço de suas vidas.

Maria Augusta dos Anjos, 39, que recebeu o coração, e Emerson Gentil, 25, que ficou com o pâncreas e o rim esquerdo passam bem e pretendem visitar a família de Eloa, morta depois de ficar mais de 100 horas seqüestrada pelo ex-namorado, Lindemberg Alves, 22, em Santo André.

Em entrevista coletiva ontem, após alta médica na Beneficência Portuguesa de São Paulo, os pacientes falaram da emoção em ter suas vidas prolongadas e da importância de aumentar o números de doadores de órgãos.

Com aparência saudável, Maria Augusta comemorou a possibilidade de subir as escadas do hospital sem sentir o cansaço de antes, quando era portadora de cardioplastia congênita. "Me sinto muito bem com o novo coração. Quero agradecer aos médicos e à família da Eloa que ajudaram a salvar minha vida. Agora poderei fazer coisas simples que antes era proibida, como andar de bicicleta ou fazer natação e capoeira", disse.

O transplante foi realizado no dia em que Maria Augusta completou 39 anos. Há cerca de um ano e oito meses a paraense morava na casa de parentes em São Paulo à espera da doação. "Na hora tive um misto de alegria, tristeza e medo", concluiu.

O cirurgião cardiovascular José Francisco Brumgratz, que acompanhou tanto a cirurgia de retirada do coração de Eloa quanto o transplante em Maria Augusta, disse que o procedimento durou cerca de quatro horas e que, antes da operação, Maria Augusta tinha entre seis meses e um ano a mais de vida.

O mecânico industrial Emerson Gentil, depois de quase três anos na lista de espera de um órgão, comemora o recebimento do pâncreas e do rim esquerdo de Eloa.

Portador de diabetes, Gentil tomava diariamente várias injeções de insulina, fazia diálise três vezes por semana, além de ter um alimentação regrada e não poder tomar muito líquido. "Só de saber que não precisarei mais fazer diálise fico feliz. Agora só penso em tomar muita água e comer o delicioso bolo de chocolate da minha mãe", disse o rapaz.

A coordenadora da equipe de transplantes de pâncreas e rins do hospital, Irene Noronha, preferiu não dimensionar quanto tempo mais Gentil resistiria sem fazer a cirurgia, mas explicou que como a diabetes acomete vários órgãos, as chances dele provavelmente seriam poucas.




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