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Segurança e obras dominam debate entre candidatos à Prefeitura de Porto Alegre
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09/09/2016 | 01:51
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A segurança pública foi o tema mais recorrente no primeiro debate na televisão entre os candidatos à Prefeitura da capital gaúcha, na noite de quinta-feira, 8. Cientes de que o Rio Grande do Sul enfrenta uma crise nesta área, com o aumento dos casos de violência e a crescente sensação de insegurança entre a população, os candidatos aproveitaram o tempo na TV para apresentar suas propostas para combater o problema em Porto Alegre. O atraso na conclusão de obras de mobilidade urbana também foi motivo de discussão entre os participantes.

Estiveram no encontro, realizado pela Bandeirantes, cinco dos nove candidatos. O ex-prefeito Raul Pont (PT), o atual vice-prefeito, Sebastião Melo (PMDB), o deputado federal Nelson Marchezan Junior (PSDB) e o deputado estadual Maurício Dziedricki (PTB) foram escolhidos pelo critério de representatividade dos partidos na Câmara dos Deputados. Já a ex-deputada federal Luciana Genro (Psol) foi convidada por um critério jornalístico, pois lidera as pesquisas de intenção de votos.

Já no segundo bloco do debate, quando os candidatos responderam a perguntas feitas pela população, Raul Pont disse que Porto Alegre vive "uma violência que não conhecia". Ele responsabilizou a gestão do governador José Ivo Sartori (PMDB), citando que desde 2015 mais de 3 mil policiais militares e 700 policiais civis deixaram o serviço público ou se aposentaram. "O governo estadual tem responsabilidade na crise da segurança, mas o município deve fazer sua parte", falou Pont, acrescentando que, se eleito, pretende contratar mais guardas municipais.

No mesmo bloco, Luciana Genro foi perguntada sobre seu plano de governo para a cultura. Ela disse que fomentar atividades culturais é fundamental para combater a violência no município, porque isso oferece opções de lazer aos jovens e, desta forma, evita o aumento da criminalidade. "Precisamos elevar o orçamento da cultura para que chegue a no mínimo 1,5% do orçamento total da cidade", disse.

No terceiro bloco, quando os candidatos faziam perguntas uns aos outros, alguns participantes voltaram a tocar no assunto. Maurício Dziedricki afirmou que Porto Alegre tem sofrido com a falta de efetivo policial. Ele defendeu uma maior integração entre a Guarda Municipal e a Brigada Militar. O candidato também apresentou a proposta de que taxistas e motoristas de Uber ajudem a detectar e informar sobre a ocorrência de crimes.

Luciana disse que os gaúchos, hoje, vivem um clima de medo. "O governo Sartori é um desastre na segurança pública e a Prefeitura é omissa", disparou. Um de seus projetos consiste em ampliar a atuação da Guarda Municipal e conectar os patrulheiros com a população por meio de um aplicativo de celular.

No quarto bloco, predominaram discussões a respeito da execução de obras públicas. O vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, foi bastante questionado sobre a administração do prefeito José Fortunati (PDT) e o atraso na conclusão de obras de mobilidade urbana, entre elas algumas que haviam sido prometidas para a Copa do Mundo de 2014, mas ainda não foram entregues.

Como tem feito ao longo da campanha, Melo exaltou conquistas da atual gestão, mas admitiu que "muitas coisas ainda precisam ser feitas". Segundo ele, a administração municipal conseguiu tirar do papel obras importantes. Ele evitou, no entanto, dizer o motivo do atraso em projetos de mobilidade considerados essenciais para o funcionamento da cidade. Luciana Genro foi uma das mais incisivas ao atacar o peemedebista, que retrucou as acusações de corrupção em órgãos da Prefeitura.

O cenário político nacional também veio à tona no debate e foi pano de fundo para algumas discussões acaloradas. Num determinado momento, Luciana disse que Melo é do mesmo partido de Michel Temer. "Ele (Temer) está no poder ilegitimamente", falou a candidata do Psol.

Já Raul Pont trouxe à tona a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 241), que estabelece um teto para os gastos públicos, atrelado à inflação do ano anterior. "O PMDB é responsável pela PEC que congela por 20 anos os gastos em saúde e educação. Como vai ficar a saúde em Porto Alegre? Se eu for eleito prefeito, a cidade estará na vanguarda da luta contra medidas como a PEC 241", disse.

Outro momento acalorado ocorreu quando Nelson Marchezan questionou o ex-prefeito Raul Pont sobre sua intenção de incluir a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em sua campanha e na construção de suas propostas. "Como o senhor vai trazer para o seu programa o governo mais corrupto da história?", falou. Pont rebateu dizendo que se orgulhava do trabalho feito por Dilma no Palácio do Planalto, e defendeu que ela não cometeu crime de responsabilidade. (Gabriela Lara, correspondente)




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