Os trabalhadores da empreiteira Pavigale, que presta serviço para o Consócio Andrade Gutierrez Galvão – responsável pela construção do lote 1 do Trecho Sul do Rodoanel – estão sem receber salários. A empresa, em menos de cinco meses na obra, deve pelo menos dois meses de salário.

Além do pagamento de seus funcionários, a Pavigale também deve os acertos por dispensas de trabalhadores e ainda as contribuições ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Ontem, após promessas de pagamento da dívida trabalhista, os quase 60 funcionários da empresa foram até a sede administrativa do Consórcio, em Mauá, reivindicar a quitação da dívida e a baixa das carteiras de trabalho. Com a confusão, até a Polícia Militar foi acionada por pessoas que passavam perto do local.

“Para receber no dia 10, assinamos os holerites, mas o dinheiro não veio. Depois, nos enrolaram falando que pagariam na semana passada e, depois, nessa semana. Ainda estamos aqui sem o pagamento e tendo de arcar com a nossa condução”, afirma Cosme Dalmir Almeida de Freitas, ajudante geral.

Segundo o encarregado de obras José Manuel Rodrigues, desde dezembro, quando a empresa começou a pagar o primeiro salário, já houve atraso. “O que não entendemos é porque o consórcio não tomou nenhuma providência diante desses problemas”, diz.

Grande parte dos trabalhadores moram fora do Grande ABC e passavam a semana alojados no canteiro de obras. Muitos vieram de outras cidades, como Guarulhos e Carapicuíba, na Grande São Paulo. Alguns são até de outros Estados.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção e do Mobiliário de Santo André. Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Luiz Carlos Biazi, a entidade foi avisada do problema na semana passada e conta que a quitação só não foi feita ontem porque a Pavigale não forneceu a documentação necessária para as rescisões. A data para a empresa acertar tudo ficou marcada para o dia 9.