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Governistas adiam discussão sobre cassação de Silvana

Em Diadema, situacionistas manobram para conseguir junto à oposição relatório único que deixa para o MP julgar atos da vice-prefeita

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
20/02/2015 | 07:00
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Montagem/DGABC


Vereadores do bloco de sustentação do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), conseguiram adiar ontem por duas sessões a votação do relatório que indicaria pela cassação da vice-prefeita Silvana Guarnieri (PTB), investigada pelo MP (Ministério Público) por crime de improbidade administrativa. A manobra dos situacionistas tem como objetivo possibilitar elaboração de documento que deixe a cargo da Promotoria a averiguação sobre o caso, isentando a Câmara de parecer.

A petebista é investigada por assinar contrato com a empresa Terra Clean, que prestou serviços à prefeitura de Palmas, no Tocantins. A admissão foi feita em 2013, quando a petebista já acumulava o cargo de vice-prefeita e secretária de Assistência Social e Cidadania de Diadema. A LOM (Lei Orgânica Municipal) exige empenho exclusivo de secretários nos cargos da administração pública. Pelo serviço, recebeu R$ 6.100 de salário mensal.

Na ocasião, o MP recomendou pela criação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para ter documento complementar sobre o episódio.

Presidente da comissão e oposicionista, Ronaldo Lacerda (PT) admitiu frustração com a “jogada” dos governistas. “A princípio, o governo queria a cassação da Silvana, porque ela se rebelou e saiu candidata. Quer dizer, não pensaram direito. Agora, depois que ela foi mal nas urnas e que pode prejudicar imagem da administração, recuaram.”

Por outro lado, o petista sinalizou que a maior derrota seria se ocorresse arquivamento do caso, conforme sugeria os governistas. “Não era o que queríamos, mas, às vezes, é importante recuar um pouco para não perdemos a causa toda”, complementou.

Relator da CPI e situacionista, José Zito da Silva, o Zezito (PR), confirmou que o arquivamento está fora de questão. O republicano reforçou que a isenção do Legislativo no caso trata-se apenas para que haja julgamento único por parte do Ministério Público. Ele usou como exemplo a circunstância do impeachment do ex-presidente da República Fernando Collor de Mello – hoje senador pelo PTB.
“O ex-presidente Collor foi julgado pela Câmara, perdendo seus direitos, mas depois acabou absolvido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por conta da ausência de provas. O que queremos propor é que o caso da Silvana seja analisado pelo órgão mais direcionado e entendedor”, justificou.

As alegações de Zezito vão na contramão do primeiro relator da CPI, o seu colega de partido Luiz Paulo Salgado, que, no início de 2014, emitiu parecer cujo teor era favorável pela cassação da número dois do Paço. Sobre a situação, Zezito desviou: “Não posso responder sobre trabalhos anteriores.” 




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