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O mundo
da dublagem
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
01/02/2015 | 07:00
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Divulgação


 Fazer vídeos de humor, no início sem pretensões, levou o o jovem carioca Victor Meyniel, 17 anos, a se aventurar em algo que nunca havia pensado: dublar um filme. O garoto emprestou a voz à gaivota Kyle – braço direito do vilão interpretado por Antonio Banderas – em Bob Esponja: Um Herói Fora D’Água, que estreia quinta (5).

Victor já era conhecido na web pelo chamado stand up comedy teen. Hoje, tem canal no YouTube chamado de Quem Nunca. Também ganhou fama por criar o aplicativo para celular Vine (que grava e compartilha algo engraçado).

“Fiquei muito feliz pelo convite. É minha primeira dublagem. A gente acha que fazer isso é fácil, mas percebi que exige um trabalho e esforço muito grande. Ao mesmo tempo, é algo prazeroso de fazer.”

A experiência foi tão boa para o fã do desenho da Nickelodeon que ele pensa em investir nesse lado da carreira. “Apesar de atuar desde meus dez, 12 anos, quero me aperfeiçoar e gostaria de fazer isso outras vezes.”

Para estrear na dublagem, Victor contou com a ajuda de ninguém menos que Wendel Bezerra, 40, a voz brasileira oficial de Bob Esponja. “Convidar atores que não fazem dublagem para esse desfio é muito válido, porque, na maioria das vezes, fica muito bom, muito divertido. Levantar essa discussão é importante. Dublar exige esforço e não é tão simples, nem todo ator consegue.”

Para o profissional, o filme é direcionado a todos os públicos. “Acredito que o personagem do Bob é livre de preconceitos, julgamentos, e a galera jovem vem nessa tacada. Ele curte todo mundo, com suas formas e diferenças. Isso atrai outros públicos.”

O longa em 3D mistura imagens reais com animação e tem a marca registrada do desenho: é muito divertido e engraçado. Entre algumas atrapalhadas, o calça quadrada é o grande herói junto dos amigos.

O personagem que mora na Fenda do Biquíni é apenas um dos trabalhos feitos por Wendel, mas hoje, talvez o principal deles. O ator dublou o Goku (dos animes Dragon Ball Z e Dragon Ball GT) e Jackie Chan (de As Aventuras de Jackie Chan). Também deu voz a personagens de Edward Norton (Robert Pattinson na saga Crepúsculo), Brendan Fraser, Ryan Phillippe e Leonardo DiCaprio.

Wendel começou a carreira pelo lado oposto de Victor. O primeiro trabalho foi aos 4 anos, no teatro. Já adulto, fundou um curso e a Universidade de Dublagem, em São Paulo. E até hoje, não deixa de lado seu personagem amarelo favorito. “Toda hora tem episódio novo. É divertido.”

PROFISSIONAL - A profissionalização de um dublador é essencial aos olhos do experiente Wendel Bezerra. “Não é preciso ter a voz bonita, como muitos imaginam. Na verdade, é necessário saber interpretar, dar vida ao desenho ou à pessoa, em seus mais diferentes aspectos. Por isso, acho fundamental que esse trabalho seja feito, exclusivamente, por atores.”

Além de fazer cursos de teatro, quem deseja seguir a carreira precisa se aperfeiçoar com cursos voltados para isso. Segundo Wendel, esse interesse e investimento é importante para que a pessoa conheça o de narrar, além de ensinar a pessoa a passar emoção pela voz.

É isso que acontece quando ouvimos o personagem que foi dublado correndo, chorando, com o tom de zangado, entre tantas outras entonações. “É preciso, mas não basta ser ator.”

Quanto aos cuidados com a voz, ele é sincero. “Não tenho tantos assim. Tomar água é legal. Mas quando se pega uma gripe, é preciso esperar ficar melhor para fazer o trabalho.”




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