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HC inaugura mais 50 leitos, mas meta ainda não é cumprida

Hospital de S.Bernardo passa a ter 160 vagas;
objetivo era alcançar total de 180 até outubro

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
09/12/2014 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


Quase um ano depois de ser inaugurado, o HC (Hospital de Clínicas) de São Bernardo passou a operar com 160 leitos, de um total de 293 previstos no projeto original. Na manhã de ontem, a Prefeitura anunciou a abertura imediata de 50 vagas, sendo 30 de internação e 20 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Apesar do aumento, o número ainda está abaixo dos 180 prometidos pela administração municipal para estar em operação até o fim deste ano.

Com a ampliação, o equipamento passa a contar com 120 ofertas para internação e 40 de UTI. Considerando as 293 vagas programadas para o fim do ano que vem, quando o hospital deve chegar a 100% de funcionamento, a operação atual corresponde a 54,6% do total. Entretanto, a secretária municipal de Saúde, Odete Gialdi, contesta os números. Pelas contas da Prefeitura, a unidade passou a oferecer 62,2% do total de leitos.

Isso porque a quantidade levada em conta pelas autoridades municipais é de 257 vagas, entre 197 de internação e 60 de UTI. “Para chegar a 293, tem os 29 leitos de recuperação anestésica e mais sete de hospital dia, mas todos são transitórios. Então, o total de leitos que conseguimos trabalhar para internar, para decidir se o paciente pode ou não entrar aqui, é de 257.”

Apesar do não cumprimento da meta prometida, o ministro da Saúde e ex-secretário municipal em São Bernardo, Arthur Chioro, defendeu o cronograma executado pela Prefeitura. “A gente nunca fez nenhuma menção de que o hospital seria entregue em uma única etapa. Seria uma situação de desrazão, absolutamente inadequada do ponto de vista técnico e de gestão. Você não pode colocar um serviço para funcionar de qualquer jeito e descobrir no meio do caminho que ele não estava adequado.”

O prefeito Luiz Marinho (PT) defendeu o que chamou de “correções do planejamento”. “Eventualmente, precisa de correções para cá e para lá. Não é por pressão que vamos atropelar fatos e estágios. Muitas vezes, você planejou o estágio de um tamanho e é preciso prolongá-lo. Não se implanta um hospital desse tamanho como se faz um campo de futebol. Precisa de muita responsabilidade, porque a Saúde é ponto sensível na relação das pessoas e das famílias.

NOVOS SERVIÇOS

Além dos novos leitos, o HC passou a realizar cirurgias cardiológicas, neurológicas e de trauma. Foi inaugurada sala de hemodinâmica, método para diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas por meio de procedimentos como cateterismo e angioplastia. A expectativa é que 130 a 140 pessoas passem mensalmente pelo equipamento, que demandou aumento de R$ 10 milhões no repasse anual feito pelo Ministério da Saúde para custeio do hospital (leia ao lado).

Com as inaugurações, os atendimentos de cardiologia deixarão de ser feitos no Hospital Anchieta. “Lá eram feitos cerca de 80 procedimentos por mês, apenas de urgência cardiológica. Aqui, estimamos ampliação em 30%, diz a secretária de Saúde. A partir de agora, os tratamentos também serão feitos antes do estágio de emergência. “O paciente que já tem indicativo de estar com uma doença pode vir e fazer o cateterismo antes de infartar.”

Custeio anual pode dobrar após atendimento chegar a 100%

O valor gasto com o custeio do HC (Hospital de Clínicas) de São Bernardo pode dobrar depois que o equipamento atingir 100% de sua capacidade, o que deve acontecer somente no segundo semestre de 2015. Com as ampliações anunciadas ontem, o montante investido anualmente para manutenção do equipamento chegou a quase R$ 80 milhões. O recurso é repartido entre o Ministério da Saúde, que arca com 70% do total, e a Prefeitura, que cobre o restante.

Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a previsão feita no ano passado era que a operação plena do HC custasse entre R$ 140 milhões e R$ 160 milhões. “Os valores que tínhamos em 2013 servem de referência, mas, conforme os novos serviços são implementados, eles vão sendo corrigidos. O importante é que o ministério tem toda a responsabilidade de compartilhar esse custeio do equipamento, que é uma referência para todo o Brasil.”

Inaugurado em dezembro do ano passado, o HC demandou R$ 240 milhões para ser construído, sendo R$ 40 milhões injetados pelo Estado. Já foram realizadas cerca de 3.000 internações, 1.300 cirurgias, 2.300 tomografias, 1.200 ultrassonografias e 13,3 mil consultas médicas. Em janeiro, deverão ser iniciados os exames de ressonância magnética. A unidade ocupa área de 36 mil m² e possui três blocos e 11 pavimentos. 




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