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CDHU intima moradores de área de risco no Jardim Santo André
Eliane de Souza
Do Diário do Grande ABC
07/03/2010 | 07:01
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Moradores da Rua dos Missionários, no Jardim Santo André, em Santo André, foram intimidados pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) a deixarem suas casas em seis dias, alegando que o local é área de risco. O documento foi encaminhado inclusive a casas que participam de projeto de reubanização da Prefeitura.

Os moradores argumentam que a convocatória não foi acompanhada de laudo da Defesa Civil, que mapearia as áreas ameaçadas de risco 4 (gravíssimo e que exige remoção imediata). A população se acomodaria em alojamentos ou receberia verba de R$ 380 para pagamento de aluguel. A CDHU não fala por quanto tempo os moradores em áreas de risco receberiam o aluguel e nem em qual bairro morariam provisoriamente.

A dona de casa Maria da Graça Pereira de Oliveira, 50 anos, mora no bairro há 25 anos com a enteada Fabiana D'ávila Gomes, portadora de Síndrome de Down. "Nunca tivemos problemas com chuva e não temos como encontrar outra casa em uma semana. Se nos tirarem daqui vamos morar de baixo da ponte."

A principal reclamação no Jardim Santo André é a de que não há critério nas escolhas das moradias que participam de projetos de reurbanização ou que serão removidas. O Diário visitou o bairro e apurou que muitas casas que não serão removidas estão em áreas de alagamento e uma delas foi parcialmente soterrada. "A terra entrou no quarto em que dormia uma mulher grávida", conta a líder comunitária Rosalinda De Sordi.

Um grupo aproveitou a visita do prefeito Aidan Ravin ao Cesa Jardim Santo André em evento da AES Eletropaulo para cobrar posição da Prefeitura. Aidan pediu para que as famílias desconsiderassem o prazo de seis dias e se comprometeu a receber uma comissão amanhã.

A reivindicação é para que a intimação seja acompanhada de laudo da Defesa Civil. "Não queremos expor nossas famílias em área em situação de risco, mas queremos garantia de que não vamos perder nossas casas. Até parei de estudar com medo de voltar da escola e ver que perdi tudo", diz a moradora Adriana Lopes Alves.

Ao Diário, a Prefeitura informou que a reintegração de posse partiu da CDHU. O órgão estadual não retornou os telefonemas. 




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