O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), orientou a bancada governista a construir chapa de consenso com o G-11 para a sucessão do presidente da Câmara, Paulo Suares (PT). Para evitar que o confronto entre as forças políticas volte a prejudicar os trabalhos do Legislativo, a intenção do petista é manter correligionário na cabeça de chapa, mas abrir espaço para que vozes divergentes ao Paço ocupem comissões permanentes e secretárias.

Donisete reuniu a bancada governista no começo da semana e sinalizou que não rejeita intenção de assumir a presidência de nenhum dos 12 integrantes do bloco situacionista. A discussão para escolha do cabeça da chapa, entretanto, passará primeiro pela bancada do PT – Marcelo Oliveira, Rômulo Fernandes, Suares, Wagner Rubinelli e José Luiz Cassimiro –, a maior da Casa. Depois o restante dos aliados será ouvido.

As primeiras discussões dão conta de que os petistas tirarão nome que passará pelo crivo dos aliados. Admir Jacomussi (PRP), que já transitou na oposição ao PT e tem bom relacionamento com o G-11, se coloca como o candidato da pacificação das bancadas.

A investida governista para acalmar o G-11, no entanto, ainda não é bem aceita. Na terça-feira, após sessão, eles se reuniram para tratar do assunto e encerraram o encontro em clima negativo. Um dos líderes do bloco, Chiquinho do Zaíra (PTdoB) disse que o grupo manterá Edgard Grecco (Pros) como candidato à presidência. “As conversas são naturais. O prefeito, pelo que entendi, quer composição com os 23 vereadores. É positivo, democrático”, explicou.

Edgard foi formalizado como postulante a presidente da Casa em março, quando o bloco era composto por 12 vereadores e tinha maioria para vencer a eleição interna. O grupo perdeu força com a cassação por infidelidade partidária de Ivann Gomes, o Batoré, que trocou o PP pelo PRB. Adelto Cachorrão (PP) assumiu a vaga e se alinhou ao governo. “Não falta muito, falta pouco, falta só um voto para ganharmos. O Edgard está fazendo essas conversas”, completou Chiquinho.

O candidato do G-11 afirmou que não vai recuar da empreitada e lembrou que os 12 aliados assinaram documento e reconheceram em cartório fidelidade ao projeto. “Precisamos ter contraponto com o Executivo. Precisamos valorizar o Legislativo e ter independência. Vamos tentar fazer o convencimento”, explicou Edgard.