A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de Diadema lançou ontem o PDS (Programa de Desenvolvimento Setorial) para melhorar a competitividade de indústrias de borracha e de plástico do município.

A iniciativa, que é aberta à participação de empresas desses segmentos, oferece ampla grade de atividades gratuitas: desde cursos de capacitação em gestão empresarial, diagnóstico de inovação (com a visita de consultores às fábricas), oficinas de design até contatos com instituições de ensino e pesquisa.

Um dos principais parceiros da Prefeitura no projeto é a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), que alocará boa parte (R$ 370 mil) do total de R$ 520 mil orçados para a realização das atividades, que inicialmente têm 14 meses de duração.

A administração municipal arcará com R$ 70 mil de contrapartida - entre recursos financeiros e apoio econômico (infraestrutura logística, espaço para as aulas etc) - e o restante será rateado entre duas entidades empresariais: o Sindibor (Sindicato da Indústria de Artefatos de Borracha no Estado de São Paulo) e a Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico).

Segundo o secretário de Desenvolvimento, Luiz Paulo Bresciani, a decisão de focar nas indústrias do plástico e da borracha se deve à importância desses segmentos para o município. A cidade reúne cerca de 350 fabricantes, que geram mais de 3.100 empregos diretos e produzem itens com aplicações em áreas de móveis, automóveis, embalagens para alimentos e cosméticos, por exemplo.

Presente ao evento de lançamento do PDS, o diretor da ABDI Clayton Campanhola complementa que a ideia é abrir a oportunidade para que os pequenos empresários fortaleçam a gestão, processos e produtos e também que entrem em contato com instrumentos que o governo já oferece, por meio de instituições, como o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Finep (Financiadora de Estudos e Pesquisas).

A iniciativa foi saudada por representantes de entidades dos dois segmentos contemplados. "É um projeto muito bom e tem tudo para melhorar a competitividade", afirma o presidente da Abiplast, Merheg Cachum. "Vai ajudar o pequeno empresário a desenvolver novas tecnologias, melhorar a qualidade, ter informações sobre segurança do trabalho e incentivos fiscais", cita o presidente do Sindibor, Edgar Solano.

Terigi Martinelli, um dos pequenos empresários que foram à cerimônia de divulgação do programa, também mostrou entusiasmo com a iniciativa. "Tenho interesse em participar, acho que pode ajudar tanto em gestão, tecnologia, embora minha empresa (a Arniflex) já tenha certo tempo no mercado, já existe há 20 anos. A gente precisa sempre procurar se renovar, buscar novos desafios", avalia.

OUTROS SEGMENTOS - Campanhola afirmou ainda que a agência do governo busca identificar outros polos para desenvolver planos semelhantes na região. Ele cita, por exemplo, que a iniciativa pode ser ampliada para cosméticos, metalmecânico e autopeças.

Empresas ligadas à área do petróleo podem receber apoio

Uma das cadeias produtivas que também podem receber apoio para o desenvolvimento da competitividade é das fabricantes de produtos da área metalmecânica para atender à área de petróleo e gás, assinala o diretor da ABDI Clayton Campanhola.

Segundo o secretário Luiz Paulo Bresciani, o seminário (intitulado A Petrobras e os Fornecedores do Grande ABC), que será realizado no dia 9, no Teatro Clara Nunes, em Diadema, já tem como objetivo ser o pontapé inicial para um projeto nesse sentido. O evento é organizado pela Prefeitura, em parceria com a estatal do petróleo.

Bresciani cita ainda que o setor de cosméticos - que já conta com Programa de Desenvolvimento Setorial, em parceria da ABDI com o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) nacional - pode também receber cursos de capacitação em Diadema, com suporte da administração municipal. "Podemos fazer ações específicas para envolver as empresas da cidade e da região".