Setecidades Titulo Abastecimento
Demanda por gás
natural cresce 59%

Apenas em 2012, foram feitas 16.806 ligações residenciais
no Grande ABC, ou seja, uma média de 46 instalações por dia

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
25/03/2013 | 07:00
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A instalação de gás natural em imóveis do Grande ABC teve alta de 59% do início de 2011 até agora. Apenas no ano passado, foram feitas 16.806 ligações residenciais na região, ou seja, a cada dia, 46 construções foram conectadas aos 784 quilômetros de tubulações existentes na região. O balanço foi feito pela concessionária Comgás a pedido do Diário.

Segundo o gerente regional da empresa, Silvio Renato Del Boni, 70% das casas com o combustível natural estão em São Bernardo e Santo André - Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra possuem apenas ligações para fornecimento industrial. A meta da companhia é ampliar a malha de tubulações em 204 quilômetros neste ano.

Para Del Boni, o principal atrativo do gás natural em comparação aos botijões de GLP (gás liquefeito de petróleo) é a segurança. "O gás natural é menos denso do que o GLP. Isso quer dizer que, em caso de escape, vai para a atmosfera, enquanto o outro fica retido no ambiente e causa risco de explosões."

O aumento nas instalações também é atribuído pelo gerente à praticidade - por não haver armazenamento dentro de casa - e à diminuição na emissão de poluentes. "Outro fator é a redução dos gastos, principalmente quando há aquecimento do chuveiro a gás", acrescenta Del Boni.

Por outro lado, especialistas minimizam os benefícios, principalmente no impacto ao meio ambiente e na relação custo x benefício. "O poder calorífico do GLP é quase três vezes maior do que o do gás natural. Ou seja, precisa de mais combustível para obter a mesma quantidade de energia", avalia a professora Maristhela Marin, do curso de Engenharia Química da FEI (Fundação Educacional Inaciana).

A docente reconhece que o metano - principal componente do gás natural - libera menos gás carbônico, mas que, na proporção, a diferença é pequena. "Uma análise mostra que, por energia, as emissões de poluentes são mais ou menos equivalentes", completa o engenheiro Pedro Carajilescov, professor da UFABC (Universidade Federal do ABC).

Maristhela também vê com ressalvas a afirmação de que o combustível oferecido pela Comgás apresenta menos riscos de incêndios e explosões em relação à outra substância. "O gás natural é mais leve, ou seja, vai para a atmosfera mais rapidamente. No entanto, se o vazamento ocorrer em um ambiente fechado, o risco é o mesmo."

Ela lembra que o metano é o gás gerado em lixões, e que provocou explosão no Condomínio Barão de Mauá, em 2000. Antes de ser transformado em conjunto habitacional, o local funcionava como depósito de lixo industrial. O acidente matou uma pessoa. Em 2011, o shopping Center Norte, na Capital, ficou interditado por dois dias após a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) constatar que o centro comercial apresentava vazamento do mesmo gás, com sério risco de explosão.




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