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Faltam líderes com legado em Santo André

Cenário político de ex-prefeitos figura somente com Avamileno e Aidan, hoje enfraquecidos

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
24/03/2013 | 07:00
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Com a morte do ex-prefeito de Santo André Lincoln Grillo, há uma semana, fica deflagrada a ausência de lideranças com legado no cenário político da cidade. Atualmente, sobraram só dois ex-comandantes do Paço: Aidan Ravin (PTB) e João Avamileno (PT), que perderam força eleitoral e já não arregimentam o mesmo peso para voos sólidos num retorno à Prefeitura. Antes da dupla, os últimos dois ex-gestores também morreram: Celso Daniel e Newton Brandão.

Aidan saiu da Prefeitura enfraquecido, como o primeiro na história de Santo André a perder uma reeleição. Com a máquina administrativa nas mãos, o petebista já no primeiro turno do pleito teve índice de votos abaixo do então deputado estadual Carlos Grana, que debutava em campo majoritário. Ao deixar o Paço, o ex-prefeito entrou em processo de desgaste com o PTB, cogitando a hipótese até publicamente de firmar acordo por troca de legenda.

Em negociação, o futuro político de Aidan continua sem grandes projeções que possam proporcionar capilaridade eleitoral - ele busca disputar uma vaga de deputado estadual. Fato é que o colega petebista e ex-prefeito de São Caetano José Auricchio Júnior foi alçado em janeiro ao cargo de secretário de Esporte, Lazer e Juventude do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Enquanto isso, o ex-prefeito voltou a trabalhar no PA (Pronto Atendimento) da Vila Luzita como médico e espera retorno do Estado.

Avamileno, por sua vez, sofreu na eleição de 2010, quando concorreu a uma cadeira na Assembleia Legislativa, não alcançando o espaço. No ano seguinte, ele foi preterido na escolha para encabeçar a chapa petista ao Paço. Hoje, ocupa posto de pouca atuação efetiva no secretariado andreense - apesar de integrar o primeiro escalão, a Secretaria de Governo é esvaziada, com atribuições de baixo impacto nas decisões do governo petista.

Diante da falta de formação de novos expoentes, o panorama municipal se torna completamente indefinido, especialmente para as próximas eleições, sem a percepção clara de nomes fortes que possam encampar nessa trincheira. A situação, inclusive, pode favorecer Carlos Grana (PT) na provável disputa da reeleição, em 2016, caso consiga tirar do papel parte do programa de governo e tenha sucesso em segurar os recém-aliados de outros partidos no primeiro escalão do Paço.

MARCAS

Ao contrário das marcas administrativas de Lincoln Grillo, Brandão e Celso Daniel, Aidan e Avamileno colecionam críticas, sem deixar legado. Em início de mandato - menos de três meses -, Grana afirmou que não parou para pensar se esse cenário político o ajudaria em uma próxima eleição. "Fato concreto é que a cidade tem expectativa em torno do governo. Não do Grana e do retorno petista, mas sim num panorama que temos com o governo federal, do PT, além de Mauá e São Bernardo. Há (clima)  favorável ao partido na região."

Grana desconsidera que integre lista de novas lideranças por mencionar 30 anos de atuação no sindicalismo. O prefeito admite, porém, ser novato na política partidária ao, exercer cargo público - a eleição de 2010 foi a primeira disputada pelo petista. "É muito recente, principalmente em Santo André. Mas temos de trabalhar o projeto e não tanto a pessoa."




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