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Um típico filme de Tim Burton
Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
08/02/2008 | 07:00
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Um prato apimentado, exótico e com ingredientes facilmente reconhecíveis pelos apreciadores das receitas do ‘chef’ Tim Burton.

Assim poderia ser definido o thriller musical Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, nova produção do diretor norte-americano que estréia hoje nos cinemas brasileiros.

Premiado na categoria melhor filme musical ou de comédia no Globo de Ouro 2008, o longa é inspirado no espetáculo homônimo do compositor Stephen Sondheim, que estreou na Broadway em 1979. Narra a história do amargurado barbeiro londrino Benjamin Barker, interpretado de maneira nitidamente passional por Johnny Depp, indicado ao Oscar por sua atuação.

PRISÃO E VINGANÇA

Auxiliado pelo capanga Beadle Bamford (Timothy Spall), o pérfido juiz Turpin (Alan Rickman) resolve roubar a mulher do barbeiro, a encantadora Lucy (Laura Michelle Kelly). Para isso, condena Barker sob falsas acusações (não esclarecidas no filme) e o despacha por 15 anos para a Austrália.

O magistrado também fica com a filha do condenado, Johanna (Jayne Wosener), então recém-nascida. Ao retornar a Londres, o infeliz encontra a senhorita Lovett (Helena Bonham Carter, de Harry Potter e A Ordem da Fênix), que lhe comunica o suicídio de Lucy por envenenamento.

Ávido por vingança, Barker só deseja uma coisa: cortar a barba, o cabelo, o bigode e o pescoço do juiz. Entre a idéia e a concretização de seu objetivo mórbido, ele afia as lâminas de suas queridas navalhas nas jugulares dos freqüentadores de seu salão. E, para completar o serviço, Lovett aproveita as vísceras dos clientes nas tortas de seu falido estabelecimento, que passa a atrair numerosa clientela.

FÁBULA

O enredo de Sweeney Todd é baseado em uma fábula escrita pelo inglês Thomas Peckett Prest, em 1846. Até ganhar a releitura de Sondheim, a trama passou por diversas adaptações.

Não faltará quem diga, com certa razão, que, apesar das imagens sinistras, o filme escorrega na previsibilidade, por sua estrutura narrativa simples. Também causa estranheza o descompasso entre as singelas canções de Sondheim e as tétricas imagens de Sweeney Todd.

A pieguice de temas musicais como o dedicado à jovem Johanna, cantado por seu pretendente Anthony (Jamie Campbell Bower), incomoda.

Mas para quem aprecia o realismo fantástico do diretor, o filme é puro deleite. Depp ficou confortável no papel e transmite isso ao espectador. Seu visual dark remete diretamente a outro personagem marcante interpretado por ele em outra produção de Burton: Edward Mãos de Tesoura.

Merece destaque a performance do comediante Sacha Baron Cohen (de Borat), como o hilário barbeiro italiano Pirelli, rival de Barker.



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