No ano passado, as doenças cardiovasculares motivaram 7.172 internações cirúrgicas e clínicas na rede pública de Saúde do Grande ABC. As mesmas patologias também provocaram 255.451 atendimentos ambulatoriais no período. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde.

No Dia Mundial do Coração, celebrado hoje, as estatísticas mostram que há pouco a comemorar: as doenças cardíacas, ao lado do AVC (Acidente Vascular Cerebral), são as maiores causas de óbito no mundo todo. Em 2006, morreram no Brasil 297.140 pacientes. Além de complexos e letais, os problemas cardíacos também custam caro ao Sistema Único de Saúde: consomem R$ 1 bilhão em todo o País, o equivalente a 2,5% de todo o orçamento do Ministério da Saúde, segundo Leopoldo Soares Piegas, diretor do Instituto Dante Pazzanese.

Especialistas apontam que, enquanto o brasileiro não mudar seus hábitos de vida, as estatísticas não devem regredir. Pelo contrário. A Organização Mundial de Saúde prevê que o número de infartos no Brasil aumente em 250% até 2040, e o País lidere o ranking mundial. Tabagismo, sedentarismo, má alimentação e estresse são os principais vilões, além da herança hereditária, que não pode ser alterada.

"As doenças cardiovasculares estão associadas ao estilo de vida das pessoas. Por isso, se nada mudar, elas vão continuar a fazer vítimas e achar que o sistema de Saúde tem de resolver o problema", comenta o secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte.

Ex-bancário, Volquimar Borges Malta, 52 anos, morador de Santo André, teve a chance de mudar. Sofreu três infartos e os médicos chegaram a cogitar a necessidade de um transplante de coração. Hoje, aposentado, Malta participa do programa de reabilitação do Hospital Estadual Mário Covas, faz exercícios e alimenta-se bem. "Mudei os valores, passei a aproveitar cada hora e dia da minha vida."