Política Titulo Dados atualizados
Vereador aliado de Marinho
recua e declara empresa

Ex-funcionário da OAS, Índio (PR) havia omitido patrimônio ao
Tribunal Superior Eleitoral; é o caso da empresa JS Segurança

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
05/12/2012 | 06:54
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Vereador eleito pelo arco de alianças do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), José Alves da Silva, o Índio (PR), recuou e declarou à Justiça Eleitoral a empresa JS Segurança, de sua propriedade. A terceirizada presta serviços à construtora H.Guedes, que mantém contratos milionários com a Prefeitura. O republicano, por sua vez, trabalhou na empreiteira OAS, que tem acordos com a gestão petista questionados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).

A atualização foi disponibilizada no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ontem, 148 dias depois do início do processo eleitoral, em 6 de julho. Até segunda-feira, Índio não computava a JS Segurança como patrimônio, apesar de ser único proprietário da empresa, de acordo com a Junta Comercial.

Índio admitiu o erro, mas culpou sua legenda, o PR, pela omissão da empresa na declaração à Justiça Eleitoral. "A gente corre atrás de tudo, mas há certas coisas que gente esquece. Eu já tinha mandado o papel para o partido (para atualização da situação), mas não sabia por que não tinha saído no site."

O republicano, que recebeu 2.472 votos e vai engrossar a base de apoio de Marinho na Câmara a partir de janeiro, afirmou não temer pedido de cassação de seu mandato. A omissão de bens pode impedir a diplomação do vereador eleito, marcada para o dia 19. "Segui a lei. Graças a Deus não tem problema. Confio muito no julgamento Dele e sei que não fiz nada errado."

Localizada na Vila Marchi, em São Bernardo, a JS Segurança presta serviços à H.Guedes, que tem três contratos firmados com o governo Marinho: construção dos CEUs (Centros Educacionais Unificados) Jardim Silvina (R$ 18,3 milhões) e do Parque Havaí (R$ 9,8 milhões), e obras de saneamento (R$ 62,1 milhões).

Parlamentar debutante na Câmara, Índio trabalhava na OAS até antes da eleição. Embora registrado como supervisor de segurança, o republicano tinha carta branca na empresa e atuava praticamente como chefe na construtora. Tinha liberdade até para opinar sobre as obras executadas pela empreiteira.

A OAS tem na administração de São Bernardo sua maior fonte de receita com contratos públicos firmados no Estado. O Diário mostrou ontem que os repasses dos quatro anos da gestão Marinho correspondem a 69,55% de toda verba arrecadada pela empresa em convênios com sete cidades do Estado, entre elas Guarulhos, Barueri e Osasco. Ao todo, o Paço são-bernardense destinou à companhia R$ 1,032 bilhão até setembro deste ano.

A obra do Ribeirão dos Couros, um dos contratos entre OAS e a administração petista, foi contestada pela equipe técnica do TCE, que apontou itens que poderiam caracterizar direcionamento de licitação. O processo segue em análise em outras esferas do TCE. O Ministério Público também acompanha o imbróglio.

Marinho e OAS informaram que não comentam o caso.

 

 




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