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Frota de motos cresce
252% em 10 anos

Para os especialistas, são fatores que impulsionaram a alta a
facilidade no deslocamento em vias congestionadas e o preço

Fábio Munhoz
05/11/2012 | 07:00
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O número de motos licenciadas no Grande ABC aumentou 252,4% entre 2002 e 2012, passando de 62.385 para 219.835 veículos. Para especialistas, são fatores que impulsionaram a alta a facilidade no deslocamento em vias congestionadas e o preço baixo – um modelo básico sai por volta de R$ 5.000.

Dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) apontam que as cidades que tiveram maiores altas foram Rio Grande da Serra (473,9%), Ribeirão Pires (390%) e Diadema (360,3%). Em Mauá, o crescimento foi de 339%, contra 232% em São Bernardo e 205,3% em Santo André. São Caetano registrou o menor aumento, de 178,2%.

A alta registrada no Grande ABC foi maior do que a da Capital, que teve aumento foi de 191,2%. A quantidade de motocicletas e motonetas cresceu na região quase quatro vezes mais do que o total de automóveis, que foi de 65,9%.

Para Horácio Figueira, consultor de engenharia de Tráfego e Transportes, o crescimento é explicado pelos custos de aquisição e manutenção das motos, que são menores do que os dos automóveis. “Além disso, as pessoas querem fugir do congestionamento e do transporte coletivo”, explica.

O especialista critica o fato de o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) não proibir que o motociclista trafegue pelo espaço entre os demais veículos, o chamado corredor. “As motos são os veículos que cometem a maior parte das infrações. Se não fosse por isso, o tempo de deslocamento seria igual ao dos automóveis.” Na avaliação de Figueira, a proibição do uso do corredor iria diminuir as vendas de motocicletas.

O engenheiro de Trânsito Humberto Pullin salienta que o aumento na frota de motos é acompanhado pelo crescimento no total de acidentes. Entre 2010 e 2011, as ocorrências envolvendo motociclistas tiveram crescimento de 254,4% na região, segundo o Corpo de Bombeiros.

“O principal risco envolve pessoas que têm habilitação, mas não recebem preparação adequada para andar no trânsito, que compram a moto, mas não estão realmente aptas a pilotar”, avalia Pullin.

Para o engenheiro, o Denatran comete falha ao não estabelecer normas para motociclistas que não trabalhem com frete. Desde agosto, motoboys precisam passar por curso de capacitação para exercer a profissão. Na região, o módulo é oferecido pelo Sest/Senat (Serviço Social de Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem de Transportes), em Santo André.

“Em compensação, quem usa a moto apenas para se locomover não tem qualquer obrigatoriedade. A pessoa pode pilotar descalça e sem camiseta, enquanto os motofretistas têm de usar roupa de proteção específica, como as jaquetas refletoras.”

Para Figueira, o capacete não deveria ser o único item obrigatório para o condutor. “Não há proteção, e o impacto é todo absorvido pelo corpo do motoqueiro, provocando risco de traumas nas pernas, braços e coluna.”

 




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