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Funcionários correm risco de demissão

Técnicos que denunciaram suposto assédio moral são alvo de processo administrativo

Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
09/01/2014 | 07:00
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Funcionários que atuam como técnicos administrativos do Núcleo de Tecnologia da Informação da UFABC (Universidade Federal do ABC) correm o risco de serem demitidos. Eles denunciaram suposto abuso moral praticado por chefe, que se exonerou do cargo, mas continua atuando como professor. A universidade instaurou processo administrativo para investigar 23 pessoas, seis delas ligadas à coordenação do SintufABC (Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do ABC).

Segundo o coordenador geral do sindicato, Alexsandro Carvalho, oito funcionários foram acusados de insubordinação grave, o que leva à demissão. Ao todo, 56 dos 60 trabalhadores do núcleo apresentaram queixa sobre o líder. “Fizemos a denúncia contra o coordenador da área de informática da UFABC, mas, em vez de ele ser investigado, a universidade resolveu investigar a nós por meio dos processos administrativos.”

Carvalho afirma que o sindicato entendeu a postura da UFABC como ofensa ao direito dos trabalhadores de se organizar e denunciar condições inadequadas de trabalho, previsto na Constituição brasileira. “Somos um sindicato novo, mas em 2012 organizamos greve com bastante adesão. Eles têm receio de que isso se repita.”

O sindicato fez abaixo-assinado, inclusive com apoio de outras universidades da região, além de denúncia na OIT (Organização Internacional do Trabalho) e no MEC (Ministério da Educação). O grupo também enviou carta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para hoje está previsto ato no Bloco A do campus Santo André, a partir das 10h. Ontem foi entregue pelos advogados dos trabalhadores a última possibilidade de defesa dentro do processo administrativo, mas não há prazo para o parecer da instituição. “Queremos que a UFABC reveja a postura diante das denúncias feitas pelos técnicos administrativos”, destaca Carvalho.

OUTRO LADO

A UFABC explica que os processos administrativos foram abertos em consequência de sindicância solicitada pelos próprios funcionários e pelo sindicato, autores da denúncia. A investigação detectou, segundo a universidade, série de possíveis desvios de conduta e, por isso, determinou comissão independente para investigar os trabalhadores.

Ainda conforme a instituição, um dos secretários foi nomeado pelo sindicato, o que indica a imparcialidade do processo. Sobre os resultados, a universidade informa que qualquer pronunciamento seria precitado, tendo em vista que a comissão ainda não encerrou o trabalho, que corre em sigilo.
 




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