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Abuso infantil quintuplica em Israel desde início da Intifada
Da AFP
13/10/2004 | 12:24
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O número de jovens israelenses submetidos a tratamento por abuso quintuplicou desde o início da Intifada, quatro anos atrás, denunciou nesta quarta-feira um grupo defensor dos direitos das crianças.

"Nós observamos um aumento excepcional que pensamos estar relacionado com a crise econômica e de segurança que Israel atravessa", disse Hanita Zimrin, que chefia a Associação para a Proteção das Crianças (ELI), com sede em Tel Aviv.

Segundo ela, a maioria dos casos de abuso registrados desde o início da Intifada, que para Israel representou um severo declínio econômico, ocorreu em casas de pessoas menos abastadas.

"Não é que pessoas mais pobres sejam mais violentas, mas elas estão muito mais expostas às pressões econômicas", explicou a especialista.

"As pessoas em Israel também sentem uma ameaça contínua e um elemento de incerteza; elas vivenciam os sentimentos de medo, ansiedade e raiva, que podem se transformar em agressão contra suas crianças", prosseguiu Zimrin.

Ela citou o exemplo de um pai abusador que não podia mais dar dinheiro à sua filha e sentiu que ela estava "trabalhando contra ele e não cooperando", mas sempre pedindo dinheiro.

"Aqueles pais que têm a tendência de ser violentos não conseguem mais controlar o impulso", disse a chefe da ELI.

Ela acrescentou que 70% dos casos de abuso foram cometidos por um dos pais e que as mães tendem a ser abusivas com mais freqüência. "As mães passam mais tempo com as crianças e são responsáveis pela educação delas."

Zimrin também destacou o que descreveu como "uma tendência muito perturbadora e crescente de abuso sexual de crianças por crianças".

As descobertas feitas pela associação acabaram de ser apresentadas ao parlamento israelense "com a esperança de gerar consciência e, mais importante, reunir recursos para tratar dessas crianças."

"Somos financiados com doações israelenses e americanas, mas pensamos que é responsabilidade do governo dividir parte deste peso", afirmou.




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