"Nós observamos um aumento excepcional que pensamos estar relacionado com a crise econômica e de segurança que Israel atravessa", disse Hanita Zimrin, que chefia a Associação para a Proteção das Crianças (ELI), com sede em Tel Aviv.
Segundo ela, a maioria dos casos de abuso registrados desde o início da Intifada, que para Israel representou um severo declínio econômico, ocorreu em casas de pessoas menos abastadas.
"Não é que pessoas mais pobres sejam mais violentas, mas elas estão muito mais expostas às pressões econômicas", explicou a especialista.
"As pessoas em Israel também sentem uma ameaça contínua e um elemento de incerteza; elas vivenciam os sentimentos de medo, ansiedade e raiva, que podem se transformar em agressão contra suas crianças", prosseguiu Zimrin.
Ela citou o exemplo de um pai abusador que não podia mais dar dinheiro à sua filha e sentiu que ela estava "trabalhando contra ele e não cooperando", mas sempre pedindo dinheiro.
"Aqueles pais que têm a tendência de ser violentos não conseguem mais controlar o impulso", disse a chefe da ELI.
Ela acrescentou que 70% dos casos de abuso foram cometidos por um dos pais e que as mães tendem a ser abusivas com mais freqüência. "As mães passam mais tempo com as crianças e são responsáveis pela educação delas."
Zimrin também destacou o que descreveu como "uma tendência muito perturbadora e crescente de abuso sexual de crianças por crianças".
As descobertas feitas pela associação acabaram de ser apresentadas ao parlamento israelense "com a esperança de gerar consciência e, mais importante, reunir recursos para tratar dessas crianças."
"Somos financiados com doações israelenses e americanas, mas pensamos que é responsabilidade do governo dividir parte deste peso", afirmou.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.