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Marido pode ter matado por ser gay
Por Rogério Gatti
Do Diário do Grande ABC
09/05/2007 | 07:13
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O empresário José Albino de Jesus Barbosa, 49 anos, principal suspeito de ter matado a esposa, Lindinalva Bezerra da Silva, 33 anos, afirmou terça-feira durante a reconstituição do crime que agiu sozinho. A Polícia não descarta que mais uma pessoa tenha participado do assassinato.

Um parente da vítima, que conhecia o casal, afirmou à reportagem que o empresário mantinha relações sexuais com um homem. Segundo esse parente, que prefere não se identificar, Lindinalva chantagiava o marido ameaçando contar seu “segredinho”, como ouviu a própria vítima falar, para toda a família. Além disso, esse parente também disse que Lindinalva já havia batido em Barbosa mais de duas vezes. Há três semanas, o empresário comprou uma casa no valor de R$ 90 mil e colocou em nome da esposa, contrariando a versão inicial da história, de que o assassinato teria se dado, entre outras coisas, porque Barbosa se recusaria a colocar a propriedade no nome de Lindinalva.

À polícia, o empresário negou que fosse homossexual e que tivesse um relacionamento conturbado com a mulher. Na casa dele, foram encontradas várias revistas e filmes pornográficos gays. Segundo a polícia, serão ouvidas outras testemunhas que poderão levar ao verdadeiro motivo do crime, já que a versão apresentada pelo suspeito pareceu não convencer os policiais.

Terça-feira, nos fundos do lava-rápido onde morava, na rua Amazonas, em São Caetano, durante cerca de quatro horas, Barbosa relembrou os detalhes do dia 27 de abril, data da morte de Lindinalva. Ela foi encontrada sete dias depois do crime na represa Billings, em Ribeirão Pires. Na reconstituição, o empresário alegou que discutia com a mulher na edícula onde moravam, até que ela saiu para jogar uma toalha pela porta. No local, há uma escada de 12 degraus de madeira que faz ligação com o lava-rápido, comércio que Barbosa havia vendido cerca de 60 dias antes.

Segundo Barbosa, ela teria escorregado, rolado escada abaixo e desmaiado. Assustado, ele contou que não sabia qual atitude tomar, e depois de quase uma hora, decidiu se livrar do corpo. Para isso, enrolou um saco plástico na cabeça da mulher e colocou um travesseiro em sua barriga, amarrado a uma pedra. Depois, a enrolou em lençóis e cobertores, levou o corpo até a represa e jogou na água.

A causa da morte de Lindinalva, de acordo com a perícia, foi asfixia. A polícia acredita que quando o empresário envolveu a cabeça da vítima no saco plástico, ela ainda estava viva. Durante a reconstituição, era possível perceber que os policiais não estavam acreditando na versão apresentada pelo empresário. “Ele está mentindo, acobertando alguma coisa que ainda não sabemos o que é”, disse um policial.

O advogado de defesa do acusado deve se manifestar nesta quinta-feira. As conclusões dos laudos da perícia sairão em aproximadamente 10 dias.



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