O prefeito de Santo André, João Avamileno (PT), deve sancionar nesta semana a lei que doa uma área na avenida dos Estados, no bairro Bangu, para a construção do campus da UFABC (Universidade Federal do ABC). O projeto foi aprovado na última quinta-feira pela Câmara dos Vereadores após ter permanecido duas semanas obstruído. Vereadores da oposição conseguiram protelar a apreciação da matéria por três sessões. Na terça e na quinta da semana passada, tentaram na Justiça uma liminar que proibisse a votação da lei, mas nas duas ocasiões o Poder Judiciário não concedeu a tutela antecipada. Dentre os 21 vereadores, três - Carlos Raposo (PV), Carlos Ferreira (PDT) e Aidan Ravin (PDT) - não participaram da sessão na tentativa de não ter quórum, pois era necessário o mínimo de 14 votos a favor. A manobra não deu certo e o projeto foi aprovado com 18 votos a favor da doação do terreno nas duas votações exigidas.

Com a efetiva doação da área de 70 mil m², o MEC (Ministério da Educação) poderá abrir oficialmente o concurso a profissionais de todo o país para que apresentem projeto arquitetônico do prédio da universidade. No mês passado, técnicos do Ministério recolheram todas as informações sobre o terreno, como acessos e serviço disponível no entorno, bem como dimensões. Todos os detalhes vão municiar engenheiros e arquitetos para que desenvolvam os projetos a participarem do concurso nacional.

A previsão é de que a escolha do projeto vencedor ocorra até janeiro, quando o MEC pretende abrir licitação para construção do prédio. A estimativa inicial - ainda sem ter o projeto em mãos que vai determinar prazos - é de que o campus esteja pronto em até dois anos a contar do início da construção. Quando em total funcionamento, a UFABC terá 20 mil alunos em cursos de graduação, além de pós-graduação, doutorado e mestrado. A instituição de ensino superior vai ainda desenvolver pesquisas em diversas áreas de tecnologia.

Até a conclusão das obras do campus, as aulas do curso básico - três anos - vão começar em prédio provisório, ainda a ser alugado pelo Ministério da Educação. Ao cursar o ciclo básico, os alunos fazem a opção na área que em pretendem se formar.