O PT e o PSDB são os dois partidos mais endividados do País. Os petistas saíram vencedores da disputa presidencial, mas fecharam 2006 no vermelho, assim como os tucanos, que além da derrota tiveram de amargar um saldo negativo de R$ 17,79 milhões no ano passado.

O PT foi o último partido a entregar sua prestação de contas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na segunda-feira, como manda a lei.

Até as 19h, o TSE ainda não havia aberto as contas apresentadas pelo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dirigentes nacionais petistas dizem que a legenda acumula hoje uma dívida em torno de R$ 50 milhões.

Entre os sete maiores partidos que disputaram as últimas eleições (PT, PMDB, PSDB, PFL, PP, PTB e PL), só os tucanos, petistas e ex-liberais (PL), que indicaram o vice de Lula e agora denominam-se republicanos (PR), viraram o ano com os credores nos calcanhares.

As demais legendas, como o PFL, que compôs chapa com o PSDB na disputa presidencial e foi rebatizado de Democratas, operam no azul. Quem entrou em 2007 com o maior saldo positivo em conta foi o PFL (R$ 1, 94 milhão), seguido de perto pelo PMDB, que declarou ter R$ 1,8 milhão em caixa.

A cota do PSDB no Fundo Partidário em 2006 foi de R$ 21,034 milhões, mas só os gastos com a campanha de Geraldo Alckmin à Presidência produziram um déficit de R$ 19,9 milhões. A derrota do tucanato na briga pelo Planalto custou R$ 81,9 milhões, de acordo com a declaração de gastos à Justiça.

Mas a contabilidade do partido não se mistura à eleitoral. Somando-se ao fundo partidário as contribuições de filiados e as doações que não foram poucas – R$ 14,6 milhões –, a receita do PSDB em 2007 chegou a R$ 37 milhões. O problema dos tucanos é que a despesa foi muito alta, na casa dos R$ 55 milhões.

No que se refere ao fundo partidário, PSDB, PFL e PMDB praticamente se equivalem. No reparte, os peemedebistas ficaram com R$ 22,2 milhões e, mesmo sem nenhuma receita proveniente de doações ou contribuição de filiados, conseguiram equilibrar as contas e deixar dinheiro em caixa para este ano. Os gastos do partido declarados ao TSE foram de R$ 20,7 milhões. A receita total do PFL foi quase idêntica à declarada pelo PMDB: R$ 22,02 milhões.

A receita informada pelo PTB do ex-deputado Roberto Jefferson foi de R$ 9,3 milhões que, face a uma despesa de R$ 8,97 milhões e deixou o partido com dinheiro em caixa na virada do ano.