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Tumores de bexiga

A bexiga é um órgão do sistema urinário que tem como função armazenar a urina produzida pelos rins

Por Leo Kahn
12/06/2008 | 00:00
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A bexiga é um órgão do sistema urinário que tem como função armazenar a urina produzida pelos rins. Existem três tumores de bexiga, mas vamos abordar somente os dois mais comuns, que são o tumor de células transicionais - 90% dos casos -, e o carcinoma epidermóide ou não transicional, que chega a 8% dos casos.

O tumor transicional de bexiga é a quinta causa de óbito por câncer em pacientes com mais de 75 anos. A incidência deste câncer aumenta com a idade, e menos de 1% dessas neoplasias ocorrem antes dos 40 anos. A doença, que é de três a cinco vezes mais freqüente em pacientes masculinos, surge anualmente em seis de cada 100 mil pessoas com menos de 40 anos e em 150 de cada 100 mil com mais de 70 anos. Ao contrário dos carcinomas transicionais, os carcinomas epidermóides predominam no sexo feminino na proporção de três por dois e isso se deve, provavelmente, à associação entre estas neoplasias e infecções urinárias crônicas, freqüentes em mulheres. Os carcinomas epidermóides se manifestam em adultos, com casos descritos entre 37 e 84 anos, principalmente na quinta e sexta década de vida.

O aparecimento deste tipo de carcinoma relaciona-se com irritação vesical e, por isso, ocorre em casos de infecção urinária crônica, uso prolongado de sonda, litíase vesical não-tratada e esquistossomose vesical.

Nos Estados Unidos, o câncer de bexiga é o quarto tumor de maior incidência em homens e o nono em mulheres, além de ser a nona causa de mortalidade por câncer em homens. Embora as taxas de incidência tenham aumentado levemente desde os anos 1980, as taxas de mortalidade têm diminuído. Estima-se que 52,9 mil novos casos de câncer da bexiga sejam diagnosticados anualmente nesse país.

Sintomas:
Freqüentemente, o câncer da bexiga pode ser detectado pela primeira vez antes do surgimento de qualquer sintoma, quando um exame microscópico de rotina de uma amostra de urina revela a presença de eritrócitos. No entanto, a urina pode ser visivelmente sanguinolenta. Posteriormente, os sintomas podem incluir a dor e a sensação de queimação durante a micção e uma necessidade urgente e freqüente de urinar. Os sintomas do câncer da bexiga podem ser idênticos aos de uma infecção vesical (cistite) e os dois problemas podem ocorrer simultaneamente. O câncer da bexiga pode ser detectado quando os sintomas não desaparecem com o tratamento da infecção.

O exame microscópico de rotina ou outros exames de urina podem revelar a presença de células sangüíneas e de pus e a avaliação microscópica especial (citologia) freqüentemente detecta a presença de células cancerosas.

Dicas:
Como em muitas outras doenças, existem pessoas que apresentam uma predisposição genética. Isso não quer dizer que essas pessoas desenvolverão invariavelmente o câncer. Elas apenas apresentam um risco maior. É válido lembrar que a predisposição, quando atuando junto a outros fatores como o tabaco, aumentam muito as chances de aparecimento de uma lesão.

O hábito de fumar aumenta o risco de duas a seis vezes do aparecimento de câncer de bexiga, principalmente em mulheres. É interessante notar que o uso de cigarros com filtro não reduz os riscos de câncer. Assim, as pessoas que fumam mais têm maior risco. É fundamental observarmos que, diferentemente das doenças cardiovasculares e do câncer de pulmão, o risco não diminui significativamente com o término do hábito.

Deve-se evitar trabalhar com aminas aromáticas empregadas em indústrias de tintas, couro, borracha, têxteis e gráficas, pois estão comprovadamente relacionadas com o desenvolvimento de câncer vesical. Outros fatores, como o uso de adoçantes artificiais, de café, ingestão de fenacetina e irradiação pélvica, parecem estar relacionados com o aparecimento do câncer vesical, porém, a influência precisa destes fatores não foi comprovada de forma clara.

Sintomas irritativos do trato urinário inferior, como polaciúria, urgência e disúria, constituem a segunda apresentação mais freqüente de câncer de bexiga, estando especialmente associados a carcinoma in situ ou tumores invasivos.

A irritação crônica que ocorre na esquistossomíase (uma infecção parasitária) ou na litíase renal (presença de cálculos nos rins) também predispõe os indivíduos ao câncer da bexiga, embora a irritação seja responsável por apenas uma pequena porcentagem de todos os casos.

Hematúria (sangue na urina), não seguida de dor, é a queixa na grande maioria dos casos. No entanto, parte dos pacientes pode nos contar dor ao urinar e urgência miccional, o que está associado a quadros mais preocupantes, como infiltração da parede da bexiga, disseminação do carcinoma "in situ" (câncer localizado) ou o acometimento da uretra posterior. Apesar de não estar comprovado, é bem possível que a ingestão de grandes quantidades de água, diariamente, possa ajudar na prevenção.

Se você tem dúvidas sobre saúde, envie um e-mail para leo.kahn@uol.com.br. Sua resposta será publicada neste espaço.




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