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Duas a cada dez crianças ainda não receberam a vacina contra Covid-19

Dos 245 mil moradores do Grande ABC com idade entre 5 e 11 anos, apenas 198 mil foram protegidos com a primeira dose

Por Thainá Lana
Do Diário do Grande ABC
26/05/2022 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


As cidades do Grande ABC estão vacinando as crianças de 5 a 11 anos contra Covid-19 desde janeiro deste ano. Porém, quatro meses após o início da campanha, duas a cada dez crianças desta faixa etária ainda não tomaram nem a primeira dose do imunizante. Das 245.050 moradores de 5 a 11 anos aptos a receberem o fármaco nas sete cidades, apenas 198.948 foram imunizadas, segundo levantamento realizado pelo Diário com dados enviados pelas prefeituras. 

Mauá, com 67%, é a cidade com a menor taxa de cobertura infantil. Para reverter este cenário, a Prefeitura informou que as unidades de saúde realizam diversas ações de busca ativa das crianças com a dose em atraso nas escolas do município, além de promover campanhas de conscientização para tentar aumentar a adesão. Diadema, com 68% das crianças vacinadas, aparece na sequência e a Prefeitura programa para sábado mutirão com aplicação de doses no Shopping Praça da Moça, localizado na região central, e no Shopping Diadema, no bairro Serraria – veja dados por cidade na tabela abaixo.

Em relação à segunda dose da vacina contra a Covid, a situação é ainda mais alarmante. Mais de 50 mil crianças da região que receberam o primeiro imunizante não retornaram para completar o esquema. Até ontem foram imunizadas com a segunda dose 140.066 crianças, ou seja, 29,5% dos moradores das sete cidades entre 5 e 11 anos estão com a imunização atrasada ou aguardando o intervalo entre as doses. A taxa da cobertura vacinal das crianças nas cidades do Grande ABC chegou a 81% com a primeira dose e 57,1% com a segunda. No Estado, segundo plataforma Vacina Já, do governo estadual, a cobertura é de 83% para primeira e 58,21% para segunda. 

Diante dos indicadores, o pediatra e epidemiologista do grupo Pardini, José Geraldo Ribeiro, reforça que é necessário alcançar ao menos 95% das crianças protegidas para garantir a imunização coletiva. O especialista ressalta a importância de completar o esquema vacinal com as duas doses e avalia as possíveis causas para baixa adesão. “A segunda dose é muito importante porque é o que vai garantir a proteção a longo prazo. Muitos pais podem não ter retornado com os filhos pensando que a pandemia já passou ou que o perigo já acabou, porém, isso não é verdade. O vírus continua circulando e em constante mutação”, declarou o pediatra.

CONSEQUÊNCIAS 

Exemplo do momento de alerta da pandemia é o recente aumento de casos confirmados em escolas públicas da região. Na semana passada, por exemplo, as aulas presenciais na EE (Escola Estadual) Educador Pedro Cia, no Parque Miami, em Santo André, foram suspensas por três dias devido ao surto de Covid na instituição – ao menos 18 pessoas foram contaminadas, sendo dez funcionários e oito alunos. 

Diante da alta de casos entre o público infantil, as prefeituras de Santo André e São Bernardo voltaram a recomendar o uso de máscaras de proteção. O prefeito andreense Paulo Serra (PSDB) anunciou na terça-feira em transmissão ao vivo nas redes sociais que a utilização do item será obrigatório por sete dias nas unidades de ensino a partir do surgimento dos primeiros sintomas em alunos ou profissionais. Já em São Bernardo, o chefe do Executivo, Orlando Morando (PSDB), voltou a recomendar a máscara em todos os espaços públicos, abertos ou fechados. 

COBERTURA VACINAL

Ao considerar todas as faixas etárias, a região aplicou a primeira dose em 87% da população. Já a segunda dose foi ministrada em 82% dos moradores e apenas 57% receberam o imunizante de reforço. Santo André, São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires já ultrapassaram a marca dos 99% de cobertura da primeira dose. No total, foram aplicadas mais de 6 milhões de fármacos contra coronavírus nas sete cidades.




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