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Novelis cresce e investe R$ 15 milhões
Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
09/04/2005 | 17:10
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Na esteira do excelente desempenho da indústria automobilística nos últimos nove meses, a Novelis (antiga Alcan) se consolida como uma das grandes potências do mercado de alumínio brasileiro. A empresa nunca apresentou desempenhos tão bons como agora. Cresceu 20% em 2004 , espera expansão de 10% em 2005 e 30% em 2006. O resultado: a unidade do Grande ABC irá receber R$ 15 milhões em investimentos em 2005. Mesmo assim, a empresa, que já trabalha perto do limite de sua capacidade produtiva, deve crescer apenas 10%. “Os investimentos só começarão a dar resultados concretos em 2006, quando deveremos produzir 30% mais”, diz o diretor de operações de laminados da Novelis, Mauro Moreno.

A Novelis é o retrato do momento vivido pela indústria brasileira do alumínio, que apresentou um crescimento de 11,3% em 2004 com relação ao ano anterior. Depois de dois anos de queda, o consumo interno de produtos transformados de alumínio chegou a 741,2 mil toneladas no ano passado – recorde que superou a marca de 736,1 mil toneladas registrada em 2001. Segundo levantamentos da Abal (Associação Brasileira do Alumínio), a expectativa é que a demanda cresça 8% neste ano e atinja um volume de 800,5 mil toneladas.

A fábrica da Novelis de Santo André, que produz folhas de alumínio, cresceu 20% no ano passado – desempenho bem superior aos resultados do setor brasileiro de folhas, que apresentou crescimento de 9,4%. A unidade produziu 22 mil toneladas em 2004, fornecendo para um mercado muito amplo que compreende indústrias de autopeças, alimentos, construção civil, embalagens, isolamento térmico e condicionadores de ar, entre outros, e portanto, não sofreu tanto com a crise dos últimos dois anos. “Quando um setor vai mal, outro compensa. Em 2003, que foi muito ruim, tivemos um crescimento de 4,5% a 5%”, afirma.

O principal foco do investimento de R$ 15 milhões da empresa será uma laminadora que passará a produzir folhas de 25% a 30% mais largas, o que deixa o produto dentro dos padrões internacionais, ao passar dos atuais 1,2 mil milímetros para 1,7 mil milímetros. “Demora cerca de um ano para fazermos as mudanças no maquinário, já que só existem três fabricantes de laminadoras no mundo e nenhum deles no Brasil”, informa o executivo. A Novelis exporta principalmente para países da América do Sul.

Para não ficar estagnada neste ano e acompanhar o mercado, a indústria implementou um programa de “melhoria contínua” que busca o aperfeiçoamento da gestão. “Trabalhamos 24 horas, sete dias por semana. O programa prevê um maior aproveitamento da nossa capacidade produtiva, com aumento da velocidade das operações e eliminação dos tempos mortos”, diz Moreno.

Nos primeiros meses deste ano, os mercados consumidores que mais se destacaram foram de embalagens flexíveis para produtos farmacêuticos e alimentos, e de condicionadores de ar. “Houve queda na indústria automobilística e da construção civil”, observa o executivo. A Novelis foi criada em janeiro deste ano, fruto da cisão da canadense Alcan. No Brasil, a empresa já nasceu com três unidades, além da fábrica de Santo André.

Boas perspectivas – O bom desempenho se estendeu a todos os segmentos da indústria do alumínio – chapas, extrudados, folhas, fundição, fios e cabos. “Os setores de embalagens, transportes e construção civil representaram 70% do consumo total de alumínio no ano passado”, informa Luís Carlos Loureiro Filho, presidente da Abal. Para 2005, a Abal aposta que o grande destaque será o setor de fios e cabos principalmente para os segmentos de telecomunicações e energia elétrica, que deverá crescer acima de 40%.

Em 2004, as exportações confirmaram a tendência de crescimento registrada nos anos anteriores, apresentando alta de 26,5% e um total de US$ 2,7 bilhões. A indústria de alumínio foi responsável por 2,8% das exportações do país. Em 2005, a Abal acredita que o setor atingirá US$ 2,9 bilhões em exportações. De acordo com Loureiro, os investimentos em tecnologia têm tornado os produtos brasileiros cada vez mais competitivos no mercado internacional. “As empresas também procuram conhecer cada vez melhor os mercados consumidores para agregar valor aos produtos”, diz.

As importações devem cair 11% em 2005, atingindo um valor de US$ 372 milhões. No ano passado, foram US$ 420 milhões em importações, o que corresponde a 0,7% do total importado pelo Brasil.



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