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Assassino em série da Ucrânia é condenado à morte
Por Do Diário do Grande ABC
01/04/1999 | 12:23
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Anatoli Onoprienko, maior assassino em série da história criminal da Ucrânia, foi condenado à morte nesta quinta-feira pelo tribunal de Khitomir (a oeste), que nesta quinta o considerou culpado dos assassinatos de 52 pessoas, entre elas dez crianças.

"Onoprienko representa um risco extremo para a sociedade e, portanto, foi condenado à pena capital", disse o juiz Dmitri Lipsky, enquanto o acusado, em pé atrás das grades que o separam da sala, fixava os olhos no chao, impassível e sem lançar um olhar sequer para os juízes. A sala de audiências, onde os assistentes ocupavam a quarta parte das vagas, se manteve em silêncio. O juiz perguntou a Onoprienko se ele tinha algo a declarar. O condenado nao respondeu.

Nesta quarta o tribunal de Khitomir havia declarado o acusado, de 39 anos, solteiro e pai de um filho, culpado de ter matado - algumas vezes com extrema crueldade - 52 pessoas entre 1989 e 1996 em várias regioes da Ucrânia. Ao ser preso em abril de 1996, Onoprienko confessou os 52 assassinatos. Entre suas vítimas estao três famílias, no total de nove pessoas, assassinadas em 1989 com a cumplicidade de Serhi Rogozin, de 36 anos, que esteve a seu lado e foi condenado a 13 anos de prisao e ao confisco de todos os seus bens.

O advogado de Onoprienko anunciou que apresentaria recurso de apelaçao ao Supremo Tribunal da Ucrânia. Na Ucrânia, normalmente, os condenados a morte sao executados com um tiro na nuca. Porém, mesmo se o Supremo Tribunal confirmar o veredicto, é possível que a sentença de Onoprienko nao seja aplicada nunca.

A condenaçao foi pronunciada apesar de a Ucrânia ter-se comprometido ante o Conselho da Europa a abolir a pena de morte. De fato, a Ucrânia se comprometeu abolir a pena de morte em 1995, ao aderir ao Conselho da Europa, e desde 1997 aplica uma moratória das execuçoes, apesar de o Parlamento nao ter aprovado sua aboliçao. No ano passado, os tribunais pronunciaram 146 sentenças de morte, mas nenhuma delas foi executada.

Durante seu processo, Onoprienko nunca manifestou arrependimento e multiplicou as declaraçoes delirantes e contraditórias, dando lugar a uma polêmica sobre sua sanidade mental. No entanto, os especialistas nomeados pelo tribunal para examiná-lo consideraram que estava em juízo perfeito.

Ele cometia seus crimes, seguindo sempre o mesmo ritual. Ele escolhia casas isoladas, feria mortalmente homens, mulheres e crianças com uma escopeta e os executava a golpes de machado e marteladas, sem deixar uma única pessoa com vida. Depois, roubava as casas das vítimas e às vezes, as incendiava.

Nascido em Khitomir em 1959, Onoprienko trabalhou como marinheiro, bombeiro e verdureiro. Em 1989, partiu da Ucrânia e viveu um tempo na Alemanha, Austria, França e Grécia. Foi ao voltar para a Ucrânia que se tornou assassino em série.




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