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Leilao da Comgás poderá ter ágio de até 40%
Do Diário do Grande ABC
13/04/1999 | 10:46
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A expectativa de futuros contratos de grandes volumes de gás natural vai gerar uma grande disputa de pelo menos três grupos no leilao de privatizaçao da Comgás, marcado para amanha, às 9 horas na Bolsa de Valores de Sao Paulo. O preço mínimo para arrematar a companhia é de R$ 735 milhoes. Especialistas indicavam na manha desta terça-feira a possibilidade de um ágio de até 40%.

O governo estadual adotou todas as providências possíveis para evitar que advogados de sindicatos apelem contra a realizaçao do leilao. Há advogados em plantao por todo o Estado, admitiu um executivo da Secretaria de Energia do Estado. Até as 18 horas desta terça, os grupos interessados deverao apresentar suas garantias à Bolsa de Valores.

As três principais operadoras habilitadas para o leilao - British Gas, a italiana Agip e a espanhola Gas Natural - devem compor três grupos fortes com produtoras de gás, como a Enron, Shell e Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF). Um dos integrantes de um dos consórcios mandou para o país o seu principal executivo, a Empresa de Eletricidade de Portugal (EDP). Seu presidente Mario Cristina de Souza chegou ao Brasil especialmente para dar uma atençao especial ao leilao da Comgás.

No data room da Comgás, as empresas interessadas foram informadas sobre os futuros contratos de venda de gás natural, e as possíveis vendas que devem ser concretizadas nos próximos meses. Entre os interessados está o consórcio formado pela norte-americana Sithe e a japonesa Marubeni. O grupo pretende construir uma termoelétrica em Cubatao (SP).

Outras sete novas termoelétricas, pelo menos, tem projetos que dependem de gás natural a ser cedido pela Comgás.

Mercado - O potencial de mercado de gás natural no Estado é gigantesco, mas as distribuidoras terao, a partir de agora, ir atrás da "monetizaçao" do combustível. O novo proprietário da companhia terá de transformar as reservas de gás e o gás em mercado e, depois, em demanda, disse um técnico envolvido no projeto de privatizaçao da Comgás. O gás natural vai ter de concorrer com o óleo combustível e com o gás liquefeito de petróleo (GLP).

Recentes levantamentos da Comgás mostraram, por exemplo, que mais de 200 empresas, entre as quais a Goodyear, Klabin, Votorantim Papel e Celulose e Refinaçoes Milho Brasil, devem optar pelo uso do gás natural, em lugar do óleo combustível.

Ao todo sao 233 indústrias de todos os setores produtivos interessadas no gás natural. Se os estudos de mercado da Comgás se confirmarem, os 8 m3 por dia que começaram a chegar ao país no mês passado serao insuficientes para atender uma demanda de 14,5 milhoes de m3 cúbicos até o ano 2000 nas regioes metropolitana de Sao Paulo, Baixada Santista, Campinas, Vale do Paraíba e Sorocaba.




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