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Trabalhadores da Ford Ipiranga decidem manter greve
Por Do Diário do Grande ABC
23/07/1999 | 08:42
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Os 1.450 trabalhadores da Ford no Ipiranga decidiram na manha desta sexta-feira, em assembléia no pátio da montadora, que vao continuar com a greve iniciada nesta quinta em protesto contra o fechamento da unidade, já anunciado pela empresa para dezembro.

A assembléia durou cerca de uma hora e foi organizada por sindicalistas. Os funcionários se comprometeram a fazer uma nova reuniao na próxima segunda, para resolver a questao. Uma passeata está sendo programada também para segunda-feira até a unidade de Sao Bernardo do Campo para exigir da montadora a garantia dos empregos.

Nesta quinta, em reuniao entre líderes do Sindicato dos Metalúrgicos de Sao Paulo e a direçao da Ford, nao houve o compromisso por parte da montadora em manter os empregos após a desativaçao da planta. "Até dezembro os empregos estao garantidos, mas depois disso nao há formas de se assegurar os postos. Nao sabemos como estarao as coisas em janeiro", disse o diretor de Recursos Humanos da Ford, Carlos Augusto Marino.

O secretário geral do sindicato, Eleno José Bezerra, afirmou ser "vergonhoso" o fato de a empresa obter benefícios fiscais e empréstimos do governo para montar uma fábrica na Bahia enquanto fecha uma unidade em Sao Paulo.

De acordo com ele, se a fábrica for desativada, serao fechados 7,5 mil empregos diretos e indiretos, enquanto a planta da Bahia deverá gerar 5 mil postos diretos e indiretos. "O governo investe para deixar 2,5 mil pessoas na rua", afirmou. A idéia foi rechaçada pela direçao da Ford, que prometeu nao fechar a fábrica, mas sim transferir a produçao. Bezerra insiste que a empresa aproveitaria a mudança para demitir.

Vendas estáveis - Nao é por problemas de mercado que a Ford quer mexer com a fábrica do Ipiranga. Se nao estao animadoras, as vendas de caminhoes também nao foram um desastre este ano. Entre janeiro e junho deste ano, a Ford vendeu no atacado 5.364 unidades contra 5.840 no mesmo período do ano passado. O desempenho valeu para a empresa o título de vice-líder do setor de caminhoes, com 23,3% de participaçao, atrás apenas da Mercedes-Benz (33,8%).

A queda, para a Ford, é resultado da recessao e nao como um problema da empresa. Se comparado ao desempenho da Mercedes, por exemplo, a Ford até que se salvou neste semestre, pois a concorrente sofreu bem mais: vendeu 9.933 unidades entre janeiro e junho do ano passado, contra 7.780 no mesmo período deste ano.




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