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Dúvidas lideram os contatos com o ombudsman da Bovespa
Por Letícia Casado
Do Diário do Grande ABC
12/04/2007 | 07:02
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A Bolsa de Valores de São Paulo divulgou quarta-feira o Relatório Anual do Ombudsman do Mercado de 2006. Foram feitos 1.554 contatos de investidores pessoas físicas em 2006, aumento de 67,9% em relação a 2005. Segundo a Bovespa, esse aumento significativo se deve às pessoas físicas, que passaram a investir no mercado de ações: 41% a mais em 2006 do que em 2005. Os clubes de investimento também cresceram, 17,5%, de um ano para o outro.

O ombudsman é o ouvidor da empresa, aquele para quem vão as dúvidas, reclamações e sugestões dos clientes. No caso da Bovespa, são os investidores que fazem esse contato.

“A maioria dos investidores recém-chegados não lê tudo o que diz respeito às regras do mercado”, disse Joubert Rovai, o ombudsman da Bovespa. As reclamações não-procedentes somam 19% do total; são, por exemplo, investidores dizendo que o as negociações no After Market não deveriam ter limite de preço de 2% da cotação da ação no dia.

As solicitações de informação lideram o ranking de contatos com o ouvidor, com 31% do total; as dúvidas ou pedidos de esclarecimento respondem por 37%. São questões como indicação de corretora, confiabilidade ou solidez de empresa, ou mesmo sobre como o investidor deve agir caso a companhia quebre.

Como a ouvidoria não pode tratar desses assuntos, o dever de Rovai é aconselhar o investidor a procurar sua corretora para esclarecer as dúvidas. “Se as pessoas estivessem a par do mercado, as dúvidas seriam mais complexas e menos triviais”, diz ele, garantindo que a massificação do mercado de ações deve diminuir o número de dúvidas ao longo dos próximos anos. Porém, o ombudsman acredita que essas perguntas ainda serão freqüentes no curto prazo. “O contato da Bovespa com os vários setores da sociedade continua”, diz ele.

Rovai deixa claro que as corretoras precisam aprimorar o canal de comunicação com os clientes. Essas empresas lideram o ranking da classificação das reclamações, sendo responsáveis por 52% dos assuntos reclamados. Em 2005, eram 56%.

No total, as reclamações quase dobraram: de 235 em 2005 para 458 no ano passado, aumento de 92%. Esse número representa 29% dos contatos feitos com a ouvidoria da bolsa. O volume é ínfimo, ainda mais quando colocado sobre o total de negócios realizados na Bovespa, que ultrapassou a barreira dos 21,5 milhões em 2006.



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