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Biscaia confirma declaração de Suassuna sobre propina
Por Do Diário OnLine
Com Agência Câmara
06/09/2006 | 12:09
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O deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), presidente da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Sanguessugas, confirmou nesta quarta-feira ao Conselho de Ética do Senado que o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse a ele que "90% dos parlamentares levam beirada nas emendas ao Orçamento".

Biscaia disse que a declaração foi feita no mês de julho, mas não se lembra da data exata. Ele afirmou que estava trabalhando na sala da CPMI dos Sanguessugas quando Suassuna o procurou para saber quais provas existiam contra ele. Biscaia disse que disponibilizou o arquivo eletrônico com todos os documentos e depoimentos que faziam referência ao senador.

Segundo o deputado, enquanto Suassuna examinava a documentação, a todo momento pedia que os fatos fossem apurados com todo o rigor e dizia: "Não tenho nada com isso, isso é coisa do meu assessor". De acordo com Biscaia, o senador, provavelmente o considerando ingênuo, fez então a declaração de que 90% dos parlamentares recebiam propina. O presidente da CPMI da Sanguessugas afirmou que imediatamente reagiu dizendo que desconhecia "que 90% dos parlamentares cometiam crime" e, em seguida, encerrou o diálogo.

O deputado disse também que em 26 de agosto, durante um depoimento de Luiz Antonio Vedoin, o empresário fez a mesma afirmação de Suassuna. "Deputados e senadores são assim mesmo. Se eles gastam R$ 2 ou R$ 3 milhões para se eleger, eles vão querer recuperar", teria dito Vedoin.

Empréstimo - O deputado Lino Rossi (PP-MT), que não compareceu para depor nesta quarta-feira, enviou ofício ao Conselho de Ética no qual diz que, no final de 2001, recebeu, por empréstimo, um veículo Fiat Ducato de Darci José Vedoin para realização da campanha eleitoral de 2002, quando concorria a uma vaga na Câmara.

Segundo ele, após as eleições, em conversa informal com Magno Malta (PL-ES), com quem diz ter laços de amizade, mencionou a existência do veículo. O senador então teria dito que estava em dificuldades financeiras e precisava de transporte para sua banda gospel "Tempero do Mundo", com a qual viajava fazendo shows.

Lino Rossi disse que, por ter os mesmos princípios religiosos do senador, ofereceu a ele o carro que havia recebido de Vedoin, advertindo, contudo, que o veículo devia ser devolvido assim que fosse requisitado de volta – o que foi feito após cerca de um ano e meio.

Na avaliação de Biscaia, Lino Rossi fornece provas contra o senador, com essa carta. Ele adiantou que a CPMI dos Sanguessugas deve convocá-lo para prestar esclarecimentos sobre esse episódio.



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