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Após baque, Marcos assegura candidatura ao Paço: ‘Sem recuo’

Pré-prefeiturável do PSB admite chateação com Lauro, mas aposta em rejeição de Pretinho no páreo

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
13/08/2020 | 00:16
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Denis Maciel/DGABC


Pré-candidato à Prefeitura de Diadema pelo PSB, o vereador Marcos Michels admitiu que houve chateação com o fato de o prefeito Lauro Michels (PV), seu primo, ter preterido seu nome na escolha sobre quem representaria o governo na eleição à sucessão municipal. Mas garantiu que o baque foi superado e que a chance de retirar sua campanha ao Paço neste ano é nula.

Em visita ao Diário, o socialista reconheceu que aguardava ser o candidato do governo depois de, em duas oportunidades, ter deixado de lado suas pretensões eleitorais – em 2014 e em 2018, Marcos queria ser postulante a deputado estadual, mas abriu mão a pedido de Lauro. Dois anos atrás, aliás, comenta-se que, em uma das reuniões sobre os projetos do Paço, teria ficado acertado que Marcos seria o prefeiturável do bloco se ele apoiasse a eleição do então vice-prefeito Márcio da Farmácia (Podemos) à Assembleia Legislativa. Entretanto, passados dois anos e com a vitória de Márcio, Lauro escolheu o presidente da Câmara, Pretinho do Água Santa (DEM), para tentar sucedê-lo.

“Houve uma chateação, sim, mas não há tempo para lamentações. O PSB é um partido estruturado, tive respaldo do Márcio França (ex-governador) e do Caio (França, deputado estadual), montamos um partido forte. Tenho o que mostrar por 15 anos de dedicação ao serviço público. Foi preciso tranquilidade, usar mais a razão do que a emoção (para superar a escolha, por parte de Lauro, de Pretinho). Infelizmente não aconteceu (a indicação). Todos temos direitos de buscar nossos projetos. E garanto que não vou recuar, a chance disso é zero. Estou focado 100% na minha pré-campanha”, disse Marcos.

A definição por Pretinho como pré-prefeiturável governista só amplificou a pulverização de nomes que tiveram relação com o governo ao longo de oito anos de gestão Lauro, entre eles Denise Ventrici (PRTB), Gesiel Duarte (Republicanos), Arquiteto David (PSC). Marcos evitou personalizar, mas disse que “certamente houve erro” na condução da estrutura do grupo governista. Ele declarou, por exemplo, que dialoga e vai manter conversas com esses nomes e com gente que orbita em torno do Paço, mas que possui resistência em apoiar Pretinho – entre eles o próprio Márcio da Farmácia e o Cidadania, legenda com maior número de vereadores na casa e que, a despeito de publicamente ter dado suporte a Pretinho, internamente enfrenta brigas por esse passo dado.

“Estou conversando com todo mundo. Sou um cara mais do diálogo, algo que me espelho muito no Márcio França, aliás. Gosto do jeito que ele trabalha, como usa o diálogo como ferramenta de fazer a política, sem truculência. Ele será candidato a prefeito da Capital, a gente faz divisa com a Capital e quero aproveitar isso a meu favor também. Por isso estou conversando com muita gente. Muita gente sabe que em diversos acertos deste governo eu tive participação, seja como secretário de Educação, chefe de Gabinete ou presidente da Câmara. Quem falar o contrário não estará levando a história real para a população”, considerou.

Sobre o Cidadania, espera que o deputado federal Alex Manente (Cidadania), que se dispôs a ser coordenador de sua pré-campanha, também faça movimento para que, na cidade, a sigla embarque em seu projeto eleitoral. Com esse suporte, avalia Marcos, é possível se consolidar como terceira via, obter votos de governistas descontentes com Pretinho e se posicionar contra o ex-prefeito José de Filippi Júnior, pré-candidato do PT à Prefeitura de Diadema. “O Filippi teve sua oportunidade, foi prefeito por três vezes. Foi deputado federal, saiu no meio do mandato para cuidar de outra cidade (em 2012, aceitou ser secretário de Saúde da Capital).” 




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